Em sentença lida no início da noite dessa quinta-feira, 31, o juiz Maurício Frantz condenou Arlei Giovane da Rosa Dorneles, 45 anos, a uma pena de 21 anos e nove meses de reclusão em regime fechado. Dorneles foi considerado culpado pela morte de Elzira Schneider, 70 anos, sua ex-sogra, mas acabou absolvido da morte da ex-companheira Elisane Schneider Noll, 55 anos, e da tentativa de homicídio contra o ex-genro, Jorge André Franco. Nos dois últimos casos, prevaleceu a tese de negativa de autoria. As duas mortes e a tentativa de homicídio aconteceram na propriedade da família em Linha Sapé, interior de Venâncio Aires.
Os fatos iniciaram-se no dia 25 de julho de 2022. Conforme a denúncia, Dorneles teria pulado uma cerca e entrado na casa da ex-companheira pela janela da lavanderia. Ao se deparar com ele, ela chegou a gritar, mas foi alvejada por vários disparos.
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Na tentativa de evitar o crime, o genro da mulher foi baleado. Mesmo ferido e com a ajuda do filho da vítima, o genro conseguiu conter o acusado, que foi amarrado até a chegada da Brigada Militar.
Elisane foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital São Sebastião Mártir. Dorneles foi preso e houve a apreensão do revólver calibre 38 com numeração raspada usado no crime.
A partir de sua prisão, levantaram-se suspeitas de que ele pudesse ter participação na morte da ex-sogra Elzira Schneider, no dia 9 de abril de 2020. O inquérito desse caso foi reaberto.
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Durante as investigações, a polícia descobriu imagens de câmeras dentro e fora da casa onde a idosa vivia com a filha e o ex-genro. Elas mostraram que Dorneles esteve com a ex-sogra momentos antes. O acusado avisou Elisane de que a mãe havia caído e a mulher a encontrou morta. Na época, o caso foi tratado como morte acidental – ela teria sofrido uma queda e batido com a cabeça.
O exame de necropsia mostrou que a idosa havia sido golpeada na cabeça, o que resultou em traumatismo craniano como causa da morte. O ferimento seria incompatível com uma queda acidental, conforme foi apresentado na denúncia.
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Réu negou a autoria dos crimes
No início do júri, o juiz Maurício Frantz ouviu quatro testemunhas. Depois o réu prestou depoimento e negou a autoria dos crimes. O promotor Pedro Rui da Fontoura Porto apresentou a denúncia em que acusou o réu pelos dois feminicídios, contra a ex-sogra e a ex-companheira, e a tentativa de homicídio contra o ex-genro.
Já a defesa, realizada pelos advogados Gustavo Bretana e Ana Paula Bretana, apresentou a tese de negativa de autoria. O ponto decisivo foi o fato de Elisane estar armada e imagens de câmeras de segurança terem registrado uma confusão entre a mulher e o ex-companheiro, não sendo possível identificar quem havia dado os tiros que resultaram na morte da mulher e nos ferimentos do ex-genro.
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Na morte de Elzira Schneider, um exame de DNA feito em uma garrafa encontrada próximo ao local do crime foi a prova decisiva para que houvesse a condenação do réu. Depois de ouvir a sentença, Dorneles foi encaminhado para o Presídio Estadual de Venâncio Aires (Peva). Como a decisão ocorre em primeira instância, cabe recurso para as partes.
Com informações de Alvaro Pegoraro – Folha do Mate
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