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LITERATURA

Romar Beling é o autor homenageado na 34º Feira do Livro de Santa Cruz

Foto: Alencar da Rosa

Romar: “O livro é o símbolo de tudo que nos leve a acreditar que temos esperança”

Sou suspeito para falar de Romar Beling. Primeiro, bem, porque ele é meu chefe. Segundo, e mais importante: porque eu o conheço há pelo menos 30 anos, nos tornamos amigos nesse tempo e ele é a pessoa mais devotada à literatura que eu já conheci. Romar é alguém que realmente acredita no poder transformador dos livros, no aperfeiçoamento pessoal (e, por consequência, da sociedade) por meio da leitura de bons escritores. E creio que ele tem alguma razão.

Sua escolha como autor homenageado na 34ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul é justa, porque, além de leitor, é um escritor talentoso. É um poeta que domina o ofício, como podemos conferir nos textos de Noites em chamas e A felicidade de estar vivo, suas duas incursões no gênero.

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Mas a homenagem também é a valorização de uma figura fortemente ligada à cena cultural de Santa Cruz nas últimas décadas, de um incansável incentivador de projetos, ele mesmo um criador de projetos. A série de coletâneas Nem te conto, por exemplo, maior reunião de autores locais que já houve na cidade, não teria surgido sem o seu empenho. Importante também lembrar de seu trabalho na Editora Gazeta, conhecida por seus anuários do setor agrícola, mas que também publicou obras literárias de qualidade, de escritores pouco conhecidos no Brasil, como Gaetano Longo e Virgilio López Lemus.

Em meados da década de 1990, quando o Romar ainda morava na Marechal Deodoro, ele me mostrou poemas que estava reunindo para a publicação do primeiro livro. Se não me engano, os textos estavam organizados sob o título provisório de “Rumar” – apenas um dos milhares de trocadilhos de sua lavra, mais ou menos inspirados, que eu leria ou escutaria em 30 anos. Quase 15 anos depois disso, eu reconheceria vários daqueles poemas na obra de estreia, Noites em chamas. Demorou um pouco, mas saiu. Fez bem em não ter pressa.

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Volume de entrevistas deve ser lançado durante a Feira

Ao longo de sua trajetória como jornalista, Romar Beling fez contato com muitos escritores, inclusive de renome internacional: José Saramago, Salman Rushdie, Orhan Pamuk, David Grossman são apenas algumas dessas personalidades. E muitas dessas conversas renderam entrevistas publicadas na Gazeta do Sul. Outras, por algum motivo, ficaram na gaveta.

Todo esse material poderá ser conhecido com a publicação de Entrevistos, a compilação de entrevistas que ele deve lançar neste ano, durante a Feira do Livro de Santa Cruz do Sul. A obra deve ser publicada em parceria com a BesouroBox.

Será a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a faceta de jornalista do escritor homenageado. E, é claro, também ter contato com as ideias de alguns dos mais relevantes escritores e intelectuais contemporâneos.

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Quem é ele

Natural de Linha dos Pomeranos, na região serrana de Agudo, onde ainda residem seus pais, Lira e Laurindo, Romar Rudolfo Beling está desde 1988 radicado em Santa Cruz do Sul, onde há 34 anos atua como jornalista na Gazeta Grupo de Comunicações. Graduado em Letras, é especialista em literatura e mestre em Letras – Leitura e Cognição.

Professor, editor, escritor, cronista e poeta – autor dos livros Noites em chamas e A felicidade de estar vivo –, foi por duas décadas editor da Editora Gazeta, e atualmente é gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta Grupo de Comunicações. Romar Beling também é presidente da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul, da qual foi membro fundador.

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Entrevista

  • Magazine – Como se sente na condição de autor homenageado? Sinto-me muito, muito honrado por esse convite, ainda mais tendo presente o grande número de pessoas, homens e mulheres, que em Santa Cruz se dedicam à literatura, e com produção de inegável qualidade. À Comissão Organizadora, deixo registrada minha emoção por essa deferência.
  • Comente sobre o livro de entrevistas. Será lançado durante a Feira? Ao longo de três décadas, fiz dezenas de entrevistas com autores de expressão nacional e internacional. Há tempos alimentava reunir parte delas em um volume clássico de entrevistas no formato pergunta-e-resposta. Agora já em editoração, o livro, que terá o título de Entrevistos, estava planejado para 2023. Com a surpresa dessa homenagem, pretendo tê-lo pronto na feira.
  • Depois de dois títulos de poesia, tens algo à vista nesse gênero? Não. Creio que em dois livros agrupei os versos que melhor sintetizavam a minha linha de reflexão, muito marcada pela intertextualidade, pelas viagens e pelas experiências de vida. Entendo esses dois livros como meu legado em poesia. Agora, quero me dedicar mais a outros gêneros.
  •  Qual a importância da Feira do Livro para o cenário cultural? A feira cumpre papel fundamental. Se repararmos bem, ela é (e isso na maioria das cidades) o espaço de resistência do mundo do saber e da interação cultural em um ambiente, o contemporâneo, que se ocupa de quase tudo, ou de tudo, menos de valorizar e celebrar educação, conhecimento, sabedoria. O livro é o símbolo por excelência de tudo que nos leve a acreditar que podemos ter esperança: de um mundo melhor, de um ser humano melhor, mais sábio, mais paciente e mais… sossegado.

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Como começou a vida de leitor?

Isso é interessante. Minha vida de leitor começou na casa dos meus pais, no interior de Agudo, com 4 para 5 anos, folheando jornais, e logo lendo jornais. Por isso valorizo tanto o jornal: ele pode mudar uma vida, vidas. Depois, a cada novo livro que me caía nas mãos, um deslumbramento, porque com ele vinha mais conhecimento; mais eu sabia e mais entendia. Isso nunca mais parou. E creio que nunca haverá de parar. Li de tudo, li tudo que pude, e, quanto mais leio, mais gana tenho de conhecer e de saber, com uma curiosidade que é o grande segredo para nos mantermos jovens de espírito, e de coração.

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