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Rose Romero: “E essa enxurrada de notícias falsas?”

– E essa enxurrada de notícias falsas?
– É uma barbaridade haver gente se divertindo com a desgraça.
– Tem de tudo, né? Os irresponsáveis, os que são simplesmente maus e também os que são pagos para criar fake news e tumultuar ainda mais.
– É muita coisa para a minha cabeça.
– Estamos todos abalados, nervosos. E saber que existem seres humanos que se divertem com isso… É triste.
– E temos também os que já se botaram a procurar culpados.
– Bom, acho que isso é correto. Todos têm direito de saber como chegamos a esse ponto.
– Eu discordo. O momento é de união; todo mundo pegar junto e reconstruir o Estado.
– Sei não. Essa ideia de somar forças pode ser também um jeito de camuflar a verdade. Não podemos esquecer quem fez e quem não fez. Em outubro tem eleição.

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– Opa, achas que isso é momento para pensar em política?
– Não é uma questão de achar ou não achar. O fato é que é assim que o mundo funciona. E na catástrofe climática que se abateu sobre nós, os políticos têm sua parcela de culpa.
– Para aí, tu está dizendo que devemos cruzar os braços? Que quem ajuda os desabrigados ajuda os políticos e isso está errado?
– Não. Eu estou dizendo que nossos administradores falharam. Que não faltaram alertas de que iria chover muito e as medidas preventivas não foram tomadas. Por quê?
– Eu não consigo ver assim. Eu erro, tu erra, os políticos erram. Estamos todos no mesmo barco e caçar bruxas só nos divide.
– Mas tchê, errar com a vida humana é muito grave. Se essas pessoas não sabem ou não querem adotar planos de prevenção contra desastres, elas não podem estar nos cargos em que estão. Essa tragédia poderia ter sido evitada. Ou ao menos minimizada. Há responsáveis.
– É fácil falar agora…
– Como agora? Há anos se fala sobre os riscos do sucateamento do setor público, das privatizações, da falta de controle sobre a degradação ambiental. Quem aprova isso? Vereadores, deputados… A maioria com respaldo dos executivos. Ninguém é ingênuo nessa história, só nós. É a tal da porteira aberta.
– Pronto. Só falta tu me dizer que se a Corsan e a CEEE não tivessem sido vendidas, não iria faltar água nem luz nesses dias.
– Por que tu tens a mania de simplificar tudo? Teu governador bonitinho é muito bom mesmo. Não fez nada e vocês ainda aplaudem…
– Não se trata disso. Acho que a questão é que sou mais otimista com a humanidade do que tu. Não vejo metade do mundo como inimigo. Não fico repetindo sempre a mesma coisa contra o capitalismo, o neoliberalismo e os Estados Unidos.
– É. Pelo jeito, depois que fostes morar em casa de condomínio, esquecestes de onde veio.
– Bah, nem na enchente conseguimos concordar.
– Nem na enchente.

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