Dezembro é um mês de celebrações em todo o mundo. O Natal e a chegada do Ano Novo são datas em que se reúnem amigos e familiares em momentos de confraternização pelo ciclo que passou. No entanto, as festividades também costumam despertar diferentes emoções nas pessoas, que, muitas vezes, se sentem pressionadas por sentimentos que afloram nesse período, como o cansaço, a ansiedade e a frustração. A junção de fatores emocionais como esses é denominada síndrome do fim de ano, como destaca a psicóloga clínica Vera Regina Brandão Miranda, terapeuta de Família e Casal.

A especialista explica que essa época costuma intensificar emoções porque dezembro funciona como um gatilho, despertando a sensação de fechamento de ciclo e a impressão de que tudo precisa se resolver no menor tempo possível. “Ficamos hiperativados, querendo dar conta de tudo em 30 dias, mas é importante lembrar que a vida continua e que, apesar das dificuldades, estamos vivos”, afirma.
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Os sinais mais comuns da síndrome, apontados por Vera, estão relacionados a ansiedade ou inquietação, tristeza ou sensação de vazio, culpa por não ter cumprido metas, sensação de fracasso, saudade e luto intensificado, medo do futuro, comparação e sensação de inadequação. Quando ativados, esses sintomas podem gerar insônia, dificuldade de concentração, desmotivação, levar a desviar de compromissos sociais, excesso de trabalho, compulsões e cansaço físico e mental acentuado.
A psicóloga esclarece ainda que o mal-estar pode ser provocado por uma combinação de fatores emocionais, sociais e financeiros. Entre os principais gatilhos estão a pressão social, cultural ou familiar para “fechar o ano bem”, além das comparações constantes com outras pessoas, especialmente nas redes sociais. Expectativas irreais de felicidade, sobrecarga financeira, acúmulo de tarefas no trabalho e na vida pessoal, além de lutos, saudades e o cansaço acumulado ao longo dos meses, também podem intensificar esse sentimento.
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Vera lembra, também, que algumas pessoas tendem a ser mais afetadas por essa síndrome. Entre elas estão indivíduos que já convivem com altos níveis de estresse, ansiedade, depressão ou burnout. Quem enfrenta luto ou separações, vive conflitos familiares, impõe metas excessivas para si mesmo, passa por dificuldades financeiras ou se sente solitário, da mesma forma está mais vulnerável ao mal-estar típico desse período do ano.
Olhar carinhoso sobre o ano
Para atravessar essa fase de término de etapa com mais leveza, a especialista aconselha que as pessoas lembrem que a vida é feita de processos. “É necessário ajustar as expectativas e aceitar que não é obrigatório terminar o ano de maneira perfeita.” A psicóloga indica ainda que as pessoas façam pequenas pausas intencionais e criem seus próprios rituais, além de regular o uso das redes sociais para gerar menos comparação. Outra dica importante é revisitar o ano com um olhar amoroso, reconhecendo os esforços.
Vera orienta que se procure ajuda profissional quando o sofrimento interferir no trabalho, no sono e nas relações em outras as áreas da vida. Diante da síndrome do fim de ano, a psicóloga frisa que ninguém precisa acompanhar o ritmo acelerado de dezembro. “As pessoas têm o direito de pausar, respirar e escolher um caminho mais gentil consigo mesmas. O novo ano não exige perfeição e, sim, presença e autenticidade”, reforça.
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