A Inspetoria Veterinária de Santa Cruz do Sul confirmou o primeiro caso de um morcego infectado com o vírus da raiva no município em 2025. A doença é transmissível e pode atingir todos os mamíferos, incluindo os seres humanos, além de cães, gatos, bovinos, ovinos e equinos. Como não há tratamento, ela pode ser fatal.
O animal infectado foi encontrado caído em uma residência do município. No primeiro momento, a pessoa que o localizou acreditou que se tratasse de uma folha e o chutou para fora da casa. No entanto, quando as asas se mexeram, ela percebeu que era um morcego. Nesse momento, cobriu o animal com um balde e acionou a Vigilância Sanitária, que o recolheu e fez o teste para a raiva.
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Com o resultado positivo, a equipe deu início à investigação epidemiológica, para identificar pessoas e animais que possam ter tocado ou entrado em contato com o morcego infectado. Tanto a moradora que chutou o animal quanto os cães e gatos da casa estão sendo encaminhados à profilaxia para prevenir que sejam atingidos pela doença.
Segundo a médica-veterinária Daniela Klafke, coordenadora do Programa Municipal de Controle e Profilaxia da Raiva de Santa Cruz do Sul, o caso se tratou de um morcego insetívoro, ou seja, que se alimenta exclusivamente de insetos. Portanto, não há risco de agressão contra mamíferos – apenas em caso de defesa. Ainda assim, ela reforça que é preciso atenção em relação a cães e gatos, que devem ser vacinados contra a raiva, visto que podem ter contato com essas espécies.
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Cuidados
Mesmo que essas espécies de morcego se alimentem exclusivamente de insetos, eles podem morder seres humanos como forma de defesa caso sejam tocados. Por isso, Daniela reforça que nunca se deve encostar no animal, mesmo que ele aparente estar morto – visto que os morcegos ficam paralisados durante o dia. A orientação é cobri-lo com um balde ou toalha e acionar a Vigilância Sanitária para os procedimentos necessários.
“A raiva é transmitida pela mordida, o vírus se encontra na saliva do animal. E o mais importante disso tudo é que os morcegos são espécies silvestres protegidas por lei, então é um crime ambiental: a gente não pode matar e capturar morcegos”, explica a médica-veterinária. Se o animal estiver no forro de uma casa, é possível desalojá-lo – mas a orientação é que isso seja feito por uma empresa especializada. Além disso, é importante tomar cuidado com as frestas e com a abertura de janelas, que devem ser tapadas por telas milimétricas.
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Sintomas
Daniela conta que a ideia mais comum sobre a raiva é a de um animal raivoso, furioso e babando. No entanto, a variante que provoca estes sintomas não é detectada no Rio Grande do Sul há mais de 30 anos. Para a variante transmitida pelos morcegos, a doença funciona de forma mais paralítica, deixando o animal abatido, sem vontade de comer e se hidratar. “Hoje em dia, a gente diz assim: para animais que estão doentes, procurar o serviço veterinário. Se teve contato com morcego, na dúvida, vacinação. Não tem sintoma clássico”, resume a médica-veterinária.
Colaborou John Kaercher Machado
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