Os santa-cruzenses iniciarão 2026 pagando mais pela água. A diferença, que já será percebida nas contas de janeiro, será de 8,68%. Isso porque foi autorizado o reajuste inflacionário anual e a redução no desconto aplicado na assinatura do contrato com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em 2014.
De acordo com o documento, a empresa destinou R$ 10 milhões para o Município a serem transformados em desconto para os consumidores, representando um abatimento de 16% nas contas, até chegar ao valor limite. Isso ocorreu no último ano e representaria um acréscimo de cerca de 20% na tarifa. Esse índice é resultado da soma do tradicional reajuste anual com os 16% adotados no contrato de 2014, assinado pelo prefeito Telmo Kirst.
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Diante da possibilidade de um aumento de 20% na conta, a ex-prefeita Helena Hermany (à época no PP) negociou o restabelecimento do valor normal de forma parcelada. Assim, o desconto foi reduzido em quatro pontos percentuais em janeiro, outros quatro em junho, os atuais quatro e o restante em junho do próximo ano.
Além disso, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Município de Santa Cruz do Sul (Agerst) autorizou o reajuste de 4,68%, que corresponde à inflação de 1º de novembro de 2024 a 31 de outubro de 2025.
O contrato aprovado pela Câmara de Vereadores, em junho de 2014, também previa investimento de R$ 395,5 milhões, sendo 60% de recursos financiados e o restante do caixa da empresa, com R$ 145,3 milhões para investimento no abastecimento de água; R$ 160,6 milhões em esgoto; e R$ 90 milhões em outras ações, como o Lago Telmo Kirst.
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Definiu-se que o reajuste seria anual, com base no Índice Geral de Preço Médio (IGP-M), sempre levando junho como data-base. A cada cinco anos é feita a revisão e pode ser implementado aumento, caso haja alteração significativa nos custos.

Abatimento a partir de janeiro
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente da Agerst, Fábio Azevedo, disse que a concessionária de abastecimento recorreu da multa aplicada e determinação por ressarcimento aos usuários – geradas a partir dos 28 dias, em 2024, em que a água apresentou sabor e cheiro ruins. A empresa foi multada em R$ 28 mil e deveria criar um mecanismo de abatimento dos valores pagos durante os dias em que o problema foi registrado.
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O recurso foi encaminhado para o conselho, que irá avaliar a justificativa da Corsan para verificar se é procedente. “Provavelmente, não teremos nada de novo, então a Corsan deverá fazer o ressarcimento aos usuários que recebem água a partir de captação do Lago Dourado”, explicou. A forma como isso será realizado dependerá da apresentação de memorial do cálculo, levando-se em conta a média de consumo do período. Não é exigido que seja feito todo de uma vez. Consumidores que moram na parte alta da cidade, que recebem água a partir de poços, não estão incluídos entre os beneficiados.
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Sobre o reajuste anual, Azevedo detalhou que é válido para todos os serviços prestados pela empresa, como o fornecimento de água, a instalação e religamento de rede e as multas, como as aplicadas quando há rompimento do lacre do hidrômetro, em caso do corte do abastecimento por falta de pagamento. O percentual é definido com base no índice inflacionário acumulado do ano. Acrescentou que, a cada cinco anos, ocorre revisão da tarifa, com a avaliação sobre a real necessidade de aumento e o cumprimento das normas estabelecidas em contrato pela empresa.
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Em relação aos outros quatro pontos percentuais, que serão aplicados na conta, o dirigente da Agência recordou que correspondem ao acerto do Município com a empresa – que justificou o prolongamento do contrato – em 2014, durante o governo do prefeito Telmo Kirst. Naquela ocasião foi aplicado um desconto nas tarifas, o qual chegou ao seu limite no último ano, sendo necessário o restabelecimento do valor “normal”, de maneira gradual.
Ouça a entrevista com Fábio Azevedo na íntegra:
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