A secretária de Desenvolvimento Social e Inclusão, Fátima Alves da Silva, e a subsecretária Núbia Bruch avaliaram 2025 como um ano de superação, reorganização e avanços na política de assistência social em Santa Cruz do Sul. Em entrevista ao Estúdio Interativo, da Rádio Gazeta FM 107,9, elas destacaram os desafios enfrentados no início da gestão e os resultados alcançados ao longo do ano. “Acho que vencemos”, afirmou Fátima, ao lembrar que o primeiro passo foi realizar um levantamento interno para compreender a estrutura e as demandas da secretaria.
Segundo a secretária, o início da gestão foi marcado por dificuldades financeiras, mas também pela busca de novos caminhos. “Nos reinventamos”, ressaltou, ao destacar a determinação do prefeito Sérgio Moraes para ampliar parcerias com a iniciativa privada. Um dos exemplos citados foi o Natal Solidário que, conforme Fátima, simboliza o êxito da parceria público-privada. A reorganização interna também resultou no fortalecimento do Programa de Fortalecimento Emergencial do Atendimento do Cadastro Único no Sistema Único da Assistência Social (Procad-SUAS), na locação de veículo para visitas unipessoais e no aumento de 36% do Índice de Gestão Descentralizada (IGD), o que permitiu a contratação de uma assistente social e uma psicóloga. “Com esses profissionais técnicos, os nossos serviços conseguiram deslanchar um pouco”, avaliou.
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A subsecretária Núbia Bruch apresentou números do albergue municipal, que somou 893 acolhimentos em 2025. Desses, 527 resultaram em encaminhamentos para documentação, tratamento de saúde, qualificação profissional, emprego e retomada de vínculos familiares. “Não é só acolher, mas reencaminhar essas pessoas para uma vida social, uma vida digna e diferente daquela que estavam levando”, frisou. Núbia ressaltou que, pela primeira vez, o serviço conta com uma equipe técnica fixa, incluindo psicóloga permanente, o que possibilita acompanhamento contínuo e maior efetividade nas abordagens à população em situação de rua.
Ao abordar os principais desafios da pasta, Fátima apontou a capacitação de mão de obra e a empregabilidade como eixos centrais para a devolução da dignidade às pessoas em situação de vulnerabilidade. Nesse contexto, a secretaria aderiu ao programa estadual Família Gaúcha, que atende 192 famílias selecionadas como as mais vulneráveis do município. “Esse mapeamento está sendo feito dentro das residências para saber se o problema é habitação, saúde, educação ou empregabilidade”, explicou, ao detalhar a atuação dos agentes que realizam visitas e constatações nos territórios dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
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A secretária também destacou a criação da sala de empregabilidade nos CRAS, prevista para 2026, com atuação permanente voltada à articulação entre qualificação profissional e demandas reais do mercado. “Não adianta inventar cursos. Precisamos saber o que o mercado precisa e o que o usuário quer aproveitar”, pontuou. A busca ativa, segundo ela, também ganhou força com os novos cruzamentos de dados federais, que permitem identificar com mais precisão quem realmente necessita dos benefícios sociais, reforçando que eles têm caráter eventual.
Outro avanço citado foi a centralização dos serviços no Centro Integrado de Serviços da Assistência Social e Cidadania (CIASC), na Marechal Floriano. Fátima destacou que a medida trouxe economia, melhores condições de trabalho para os servidores e mais agilidade no atendimento. “Quem ganha com isso é o usuário”, afirmou, ao mencionar a integração entre os serviços e a redução de encaminhamentos desnecessários. A secretária ainda confirmou que 2026 deve marcar o início das obras do Centro Pop, viabilizado por edital do governo do Estado, ampliando o atendimento diurno às pessoas em situação de rua e fortalecendo a rede de apoio do município.
Ouça a entrevista na íntegra:
*Colaboraram Lucas Malheiros e Márcio Souza
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