Desde o dia 9 de julho, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados por aquele país, diferentes setores da economia nacional têm se manifestado sobre impactos e possíveis soluções. Principal produto de exportação de Santa Cruz do Sul e também do Rio Grande do Sul em 2025, o tabaco não está entre as exceções e, em 2024, teve volume de 40 mil toneladas destinadas aos EUA, com valor de US$ 255 milhões. Apesar do susto inicial, representantes da indústria acreditam que será possível contornar as taxas.
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, afirmou que um acordo diplomático sempre é a melhor saída. No entanto, como isso não está previsto a curto prazo, será necessário enfrentar o problema. “Precisamos lembrar que os EUA são o terceiro maior destino das nossas exportações, o que torna a situação bastante complexa.”
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Por outro lado, destacou o executivo, o Brasil é o maior exportador de tabaco do mundo e possui mais de uma centena de parceiros comerciais. Assim, já estão em andamento discussões com as empresas associadas para buscar alternativas de realocação do volume impactado. As cargas previstas para embarque aos EUA neste ano já foram suspensas em função da decisão de Donald Trump.
Thesing, no entanto, mostrou-se otimista quanto às possibilidades e acredita que será possível encontrar novos compradores. Em 2024, o Brasil exportou 455 mil toneladas de tabaco para mais de cem países, com valor total de US$ 2,97 bilhões. Desse total, as remessas aos EUA representaram 40 mil toneladas (9%) e US$ 255 milhões (8,55%).
“Tendo em vista que o tabaco está altamente demandado no mercado mundial, acreditamos que há potencial de realocação”, afirmou. A tarefa, ressaltou, não será fácil, mas é viável.
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Próxima safra não vai ser impactada
Ao comentar os reflexos imediatos, o presidente do SindiTabaco enfatizou que não haverá prejuízos para empregos e produtores, já que a safra 2025/26 está contratada e em andamento nas lavouras. “A produção será normalmente adquirida e comercializada no primeiro semestre do próximo ano, independentemente de o tarifaço ainda estar em vigor ou não.” A temporada 2024/2025 rendeu 696 mil toneladas – a maior dos últimos dez anos – e as previsões indicam um aumento de 10% a 15% nas exportações em 2025.
“A situação é preocupante? É, mas vamos buscar alternativas para realocar esses volumes.” Valmor Thesing destacou que o Brasil é reconhecido mundialmente pela qualidade, integridade e sustentabilidade social e econômica da cadeia produtiva do tabaco. Paralelamente, a demanda por tabaco vem crescendo no mercado global nos últimos anos, o que torna viável a transferência dos volumes antes adquiridos pelos Estados Unidos para outros parceiros comerciais.
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Colaboraram Lucas Malheiros e Carina Weber
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