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Seu Délcio: de menino pescador a bancário e artesão

Nesta semana, conheça a história do seu Délcio. Crédito: Jaime Fredrich

Seu Délcio nasceu em casa e veio ao mundo das mãos de uma parteira, em dezembro de 1942. Cresceu vendo o pai, um exímio pescador, emendando linhas e catando iscas na beira de um rio para atrair peixes da espécie pintado, para que depois dona Maria, a mãe, limpasse para ir à frigideira e terminar na mesa de clientes. E era assim que a família Moreira sobrevivia.

O cenário dessa história era o Rio Jacuí, na hoje conhecida Praia dos Ingazeiros, em Rio Pardo. Era ali que o menino Délcio e seus nove irmãos, mais dona Maria e o senhor Cleto, viviam, e onde dispunham de uma bodega, assim chamada na época, cuidada pelo pai.

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Com a família tão numerosa e precisando buscar alternativas de renda, Délcio iniciou ainda adolescente como operador técnico na Rádio Rio Pardo da época, mas sem deixar de ajudar o pai nas pescarias. “Eu não era tão bom quanto meu pai, mas também pescava”, lembra.

Tudo mudou para o então Délcio pescador e auxiliar de radialista quando soube de uma oportunidade de trabalho no Banco do Brasil, em Santa Cruz do Sul. Já com 19 anos, participou de uma seletiva realizada em Rio Pardo.

Pois ao final do encontro, o ousado rapaz, ao servir um copo d’água solicitado pelo bancário, aproveitou e colocou um bilhete no bolso do homem. “Sou filho de pescador e preciso muito trabalhar”, escreveu o jovem, que ainda colocou seu nome e endereço. Um ano depois, veio a novidade: Délcio foi chamado e nomeado para atuar na agência bancária de Santa Cruz, e assim seguiu nas três décadas seguintes, até se
aposentar em 1992. “Naquele dia da seleção, eu já fui com o bilhete pronto de casa”, recorda, aos risos. Délcio foi casado com Ruth, falecida há oito anos, com quem teve quatro filhos: Carolina, Diego, Rodrigo e Tiago.

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Desde 1974 reside no Bairro Goiás, e é nos fundos de casa que há cinco anos criou uma marcenaria para se aventurar em uma atividade bem específica: confeccionar casas de madeira para pássaros. “Comecei a fazer aos poucos e virou minha ocupação de todos os dias”, conta. A madeira é trazida do interior, de um
terreno da família em Rio Pardinho, e quem o auxilia é o filho mais moço, Tiago. Expostas em uma estante, há mais de 50 peças, que ele vende para quem quiser adquirir.

Com a saúde em dia, fazendo duas sessões de pilates por semana, e seguindo a dieta que a filha Carolina elaborou, seu Délcio sorri quando questionado sobre a idade: “‘Tô’ com 81 anos, cabelos brancos, muitas vezes ‘tô’ mais pra lá do que pra cá, mas me sinto bem e a cabeça ‘tá’ boa, e é isso que importa”, revela.
Quem quiser adquirir uma das singelas casinhas produzidas por ele, pode contatar pelo telefone (51) 99803 4045.

O projeto Longevidade é uma parceria entre a Gazeta do Sul e a Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, da Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Quem quiser sugerir histórias semelhantes pode contatar pelo WhatsApp (51) 9 8443 0312 ou pelo e-mail [email protected].

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