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PERDA NA ARTE

Sidney Poitier, primeiro negro a ganhar Oscar de melhor ator, morre aos 94 anos

Foto: Kingkongphoto & www.celebrity-photos.com/Wikimedia

O ator Sidney Poitier, primeiro negro a ganhar o Oscar de melhor ator por sua atuação em Uma Voz nas Sombras (1963), morreu nesta sexta-feira, 7, aos 94 anos. A notícia foi divulgada pela imprensa britânica, citando o ministro das Relações Exteriores das Bahamas, Fred Mitchell. Não foi divulgada a causa da morte.

Poitier também ficou conhecido por papéis em longas como Adivinhe Quem Vem Para Jantar e No Calor da Noite, nos quais teve atuação marcante, especialmente por dar voz aos direitos civis na década de 1960.

Apesar do reconhecimento, o início de carreira não foi fácil. Natural das Bahamas, ele nasceu prematuramente dois meses antes do previsto, em Miami (EUA), durante uma visita de seus pais, no dia 20 de fevereiro de 1927.

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Nasceu com 1,4 kg, e longe de um hospital, graças ao preconceito contra os negros. Sua mãe foi buscar alternativas para salvar a criança, enquanto seu pai saiu para encontrar uma caixa de sapatos para enterrar o filho. Sem esperanças médicas, a mãe visitou uma vidente para saber o que aconteceria ao bebê. Ela previu: “Ele crescerá e viajará por quase todos os cantos do mundo. Caminhará ao lado de reis. Será rico e famoso”.

A vidente acertou, mas o sucesso demorou para chegar, com Poitier crescendo em meio a pobreza. Aos 16 anos, se mudou para a cidade de Nova York, onde encontrou trabalho como lavador de pratos.

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Em novembro de 1943, Poitier mentiu sobre sua idade e se alistou no Exército para lutar na Segunda Guerra Mundial. Após deixar o Exército um ano depois, conseguiu uma vaga no American Negro Theatre – lá ele conheceria aquele que se tornaria seu amigo de longa data, o futuro ator Harry Belafonte.

Um de seus primeiros desafios foi se desvencilhar de seu sotaque, marcado pela presença nas Bahamas. Depois de se aprimorar durante seis meses, conseguiu os primeiros papéis na Broadway. Logo chegou ao cinema, estreando com O Ódio é Cego (1950), sob a direção de Joseph L. Mankiewicz, mas chamou atenção pela primeira vez em Sementes de Violência (1955), dirigido por Richard Brooks, em que viveu um dos jovens rebeldes.

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Três anos depois, Poitier ofereceu outra grande atuação em Acorrentados (1958), em que dividiu o protagonismo com Tony Curtis como prisioneiros fugitivos acorrentados, em longa dirigido por Stanley Kramer. Foi uma oportunidade para Poitier mostrar seu talento no papel de um homem bruto.

Recebeu uma indicação ao Oscar, tornando-se o primeiro ator negro a entrar na disputa do famoso prêmio. A estatueta foi conquistada de fato com Uma Voz nas Sombras, em 1963, quando Poitier surpreendeu o público com a atuação de um homem que faz de tudo um pouco e que, ao encontrar um grupo de freiras, é tido por elas como um enviado por Deus para construir uma nova capela.

Com uma reputação estabelecida, Sidney Poitier passou a usar sua fama na luta pelos direitos civis dos negros, tendo Belafonte como companheiro de luta. No início dos anos 1960, Belafonte o convenceu a fazer uma doação aos voluntários do Freedom Summer, entidade que atuava no sul dos Estados Unidos. Foi uma experiência marcante pois, segundo relatou o jornal The New York Times, os dois atores foram perseguidos por integrantes da seita racista Ku Klux Klan, que atiraram contra eles.

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Sem desistir, a dupla ajudou a organizar a famosa marcha em Washington, em 1964, quando Martin Luther King Jr. fez o discurso que eternizou a frase: “Eu tenho um sonho”.

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