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Segurança

Soltura de presos na região preocupa o delegado Luciano Menezes

Foto: Lula Helfer

Menezes acredita que liberação de apenados vai resultar no aumento da criminalidade

O delegado regional da Polícia Civil do Vale do Rio Pardo, Luciano Menezes, está preocupado com a soltura de 3.452 presos no Rio Grande do Sul. Desde o dia 18 deste mês, com receio de contágio por coronavírus no sistema penitenciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) propõe a reavaliação das prisões provisórias e sugere que os magistrados acelerem mudanças para os regimes semiaberto e aberto.

A Defensoria Pública gaúcha pediu o cumprimento dessas recomendações e muitos juízes atenderam, ainda que a Corregedoria-Geral de Justiça tenha recomendado prudência e análise caso a caso.

“Em Santa Cruz do Sul foram algumas dezenas de ladrões que tiveram sua liberdade concedida. Não quero fazer a profecia do caos, mas a tendência é de crescimento do número de crimes contra o patrimônio, de roubos e furtos”, disse Menezes.

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Entre outros fatores que podem contribuir para a escalada de delitos, o delegado listou a ausência de pessoas nas ruas e nos postos de trabalho, e as lojas vazias. “Tenho contato diário com delegados de todo o Estado e vejo que os crimes contra o patrimônio estão crescendo no Rio Grande do Sul. Teve detento que saiu da cadeia em um dia e foi preso no outro”, comentou.

“Se foram colocados para dentro do sistema pela polícia, com a chancela do Judiciário, é porque eles deveriam estar segregados. Não tinham condição de desfrutar da liberdade. De uma hora para outra, por uma benesse do Tribunal de Justiça, eles estão nas ruas”, afirmou o delegado regional.

Luciano Menezes ainda destacou que esta instabilidade pode ser observada no número de registros na Delegacia Online. “São 1,5 mil ocorrências por dia. Outros fatos que não eram passíveis de registro na internet, como roubo, agora podem ser registrados via online. O site foi adaptado e atualizado com base na necessidade.”

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Menezes também revelou que o assaltante Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, quase teve a liberdade concedida pela Justiça na tarde de quinta-feira. Ribeiro foi preso pela última vez em setembro de 2018, junto com quatro fuzis de grosso calibre, 14 carregadores, radiocomunicadores e uma caminhonete com placas clonadas.

“Só não foi liberado porque havia contra ele uma prisão preventiva decretada pela comarca da Serra. Por conta disso, foi mantido em cárcere. O Papagaio é o maior ladrão de carro-forte da história do Rio Grande do Sul e seria solto pela Justiça.”

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Menezes ainda orientou que a comunidade e os empresários fiquem atentos, fiscalizem os estabelecimentos e mantenham contato com a polícia.

Novos arrombamentos deixam os comerciantes apreensivos

Pelo menos sete estabelecimentos comerciais do Centro de Santa Cruz do Sul foram alvo de arrombamentos nas últimas duas semanas. O último caso foi registrado na madrugada dessa sexta-feira: foi a terceira vez, em pouco mais de 30 dias, que uma loja da Rua Venâncio Aires teve a vitrine quebrada, com máquinas e ferramentas levadas.

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Uma empresária e moradora do Centro, que não quis se identificar, disse que a movimentação suspeita durante a madrugada tem aumentado. O estabelecimento que ela administra junto com o marido foi alvo de um ladrão.

“Em uma madrugada ele deu uma pedrada na vidraça, mas não conseguiu entrar. Dias depois voltou. Eram 2h30 e ele deu uma paulada e fugiu. Por volta das 5 horas retornou, abriu um buraco, foi engatinhando até o caixa e pegou o dinheiro.”

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Perto dali, uma revenda de carros sofreu um arrombamento e outras duas tentativas só nesta semana. O dono da revenda contou que empresários e moradores dos arredores criaram um grupo no WhatsApp para fiscalizar a movimentação no bairro.

Segundo ele, sete donos de estabelecimentos relataram que sofreram algum tipo de ação criminosa nos últimos 15 dias. A maioria reclama de arrombamentos e furtos. Moradores também reforçam o pedido por segurança.

O proprietário da revenda de carros relatou que estuda ampliar a segurança da loja, que conta com câmeras, alarme e sensores de movimento. “Colocar um segurança é um investimento de R$ 250,00 por noite, mas já tive um prejuízos de R$ 5 mil”, revelou.

Revenda foi atacada três vezes na semana

Delegacia Online

A Policia Civil do Rio Grande do Sul, a partir da portaria 46 de 2020, que determina restrição no atendimento ao público nas delegacias devido ao coronavírus, passou a orientar a população que ocorrências de menor relevância devem ser feitas por meio do site delegaciaonline.rs.gov.br.

Pela plataforma, as pessoas podem registrar casos de ameaça, perturbação e danos, entre outros. Em menos de 24 horas, os registros são encaminhados às delegacias responsáveis.

As ocorrências feitas online possuem o mesmo valor que as registradas nas Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs). Em Santa Cruz quem for à DP terá que passar por uma triagem, mediante conversa via interfone.

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