Santa Cruz do Sul está nas projeções de investimento da empresa Sulgás para a instalação de uma rede local para o fornecimento de gás. É o segundo modelo a ser aplicado no Estado e deve ter início em 2026, com objetivo de atender indústrias, residências e o mercado de gás natural veicular (GNV). Atualmente, o foco está em Lajeado, com a implantação da primeira unidade do modelo de distribuição.
O sistema funciona com a entrega feita por transporte com caminhões, que levam o gás natural comprimido (GNC) para descarregamento na malha de gasodutos na cidade, que deverá ter em torno de quatro quilômetros.
A definição do período de instalação decorre da projeção de retomada da integralidade dos investimentos da Sulgás, que foram reduzidos neste ano, devido à insegurança jurídica e regulatória no processo de revisão tarifária. A partir do próximo ano, esse processo de ampliação será reiniciado e R$ 3,7 milhões devem ser aplicados em Santa Cruz para o atendimento inicial do mercado industrial.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Entenda por que Santa Cruz não terá mais Rua Coberta
A empresa já realizou encontros com potenciais empreendimentos locais, que podem vir a fazer uso do combustível. Presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing recorda que a Sulgás já fez alguns levantamentos, nos últimos anos, para identificar o potencial de consumo. “Na ocasião, visitaram as empresas que trabalham com caldeira – na área do tabaco todos utilizam a lenha – e fizeram o mapemanento para verificar a viabilidade”, recorda.
Thesing entende que essa possibilidade de instalação é muito positiva para o setor, porque pode representar economia no processo produtivo. Atualmente, além da questão das caldeiras, as indústrias têm um custo elevado com a reposição de gás para a manutenção das empilhadeiras.
Publicidade
Ex-secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato ressalta que já havia negociação buscando aproximação com a empresa na gestão passada. Foi estudado, inclusive, um local no Distrito Industrial que possibilitaria o melhor aproveitamento logístico, podendo ser ampliado até próximo da RSC-287.
A empresa recebe gás de dois pontos: da Bolívia e da região do pré-sal, no litoral brasileiro. O gasoduto começa na localidade boliviana de Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de La Sierra, cruza a fronteira por meio de tubulações e entra em solo brasileiro por Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
LEIA TAMBÉM: Dia do Desafio 2025 mobiliza Santa Cruz do Sul nesta quarta-feira
Publicidade
A partir daí, o transporte é de responsabilidade da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). O gasoduto então atravessa 136 municípios distribuídos por Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em solo gaúcho, existem pontos de entrega do gás transportado pelo gasoduto. A partir deles, é realizada a distribuição pela Sulgás até seus clientes.
Recorde em 2024
Responsável pela distribuição de gás natural no Rio Grande do Sul, a Sulgás encerrou 2024 com marcos que mostram crescimento e a relevante contribuição para o desenvolvimento do Estado. Com investimento recorde de R$ 100 milhões no ano passado, a companhia chegou a um resultado histórico de 100 mil clientes. O cliente 100 mil foi o Theatro São Pedro, símbolo da cultura gaúcha.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Produções audiovisuais trouxeram R$ 10 milhões à região
O avanço da rede e o benefício ao cliente se baseiam em um plano de expansão: em 2023, o gás natural chegou à Região das Hortênsias. Em 2024, ao Vale do Taquari, com o projeto estruturante em Lajeado. A partir de 2025, a meta da Sulgás é levar o gás natural de Norte a Sul do Estado, de Pelotas a Passo Fundo.
O Plano de Expansão da Sulgás prevê um investimento total de R$ 1 bilhão no Rio Grande do Sul até 2030. Mais de 220 mil gaúchos devem ser beneficiados pelo fornecimento de gás natural nos segmentos industrial, comercial, GNV e residencial.
Além da consolidação da chegada em Gramado e Canela e ampliação da presença em municípios da Serra, a Sulgás implantou em 2024 a primeira rede local do Estado, em Lajeado. Desse modo, iniciou o fornecimento no Vale do Taquari, já focando em Santa Cruz do Sul para ser a segunda nesses moldes.
A companhia destaca o empenho pela segurança. Terminou 2024 chegando ao 32º mês sem acidentes com afastamento.
Publicidade