Ao completar 101 anos, a Fruki Bebidas, com sede em Lajeado, no Vale do Taquari, alcança duas significativas marcas bilionárias. A empresa deve chegar a R$ 1 bilhão de faturamento e à produção de 1 bilhão de litros de sabores diversos. Essas informações foram apresentadas pela CEO Aline Eggers no evento Tá na Hora, realizado nessa quarta-feira, 24, pela Associação Comercial e Industrial (ACI) Santa Cruz do Sul.

Representando a quarta geração da família no comando da indústria, a palestrante abordou o tema Fruki: pessoas, cultura e resultados – os pilares de uma empresa centenária. Teve a oportunidade de relatar como foi feita a transição da gestão do pai, Nelson Eggers, para a sua. Foram anos de preparação, tendo o assunto começado a ser tratado em 2005.

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Em 2016, recorda, o gestor oficializou que sua sucessora seria Aline, durante o período de dez anos, e na sequência seu outro filho, Júlio Eggers, hoje no comando da área de marketing da empresa. Oficialmente, ela assumiu o comando em 2019 e viveu um dos momentos mais prósperos da Fruki.

Somente neste ano foram iniciados os trabalhos da segunda linha de produção na fábrica de Paverama, no Vale do Taquari; sendo projetada para começar até dezembro a terceira linha, fazendo com que essa unidade supere a produção da matriz, em Lajeado. Também foram inaugurados dois centros de distribuição, em Santa Maria e Passo Fundo.

Os CDs, como são conhecidos, possibilitam maior cobertura de mercado e menor custo logístico, que é um dificultador para o setor, diante do baixo valor unitário do produto. A estratégia tem dado certo e os números comprovam isso. Somente em 2025, no Rio Grande do Sul, a empresa teve um aumento de 28% no faturamento, alcançando 52% de evolução em Santa Catarina, estado onde atua há sete anos.

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Entre os diferentes segmentos de bebidas está a Água da Pedra, a água mineral mais vendida nos dois estados, além do tradicional guaraná Fruki, suco Frukito, energético Eleven, cerveja Bellavista e a água Flua, uma marca criada especialmente para ingressar no setor do atacarejo, que representava dificuldade de inserção da linha Água da Pedra.

Toda essa linha de produtos demanda o aumento de pessoal. Atualmente, são 1,3 mil profissionais. “Meu pai sempre diz que funcionário não deve ser chamado de colaborador, porque colaborador é no voluntariado; quem é pago é profissional e assim atuamos com os nossos, na busca contínua da qualificação”, defendeu.

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A ideia de aprimoramento contínuo foi defendida pelo presidente da ACI, Ario Sabbi. “Um ecossistema saudável incentiva a captação de talentos, de crédito e de qualificação. É preciso ter a cultura empreendedora”, destacou em seu discurso de abertura.

O Tá na Hora foi realizado no Hotel Águas Claras com patrocínio do Banrisul, BRDE, BAT, Gazeta Grupo de Comunicações, JTI, Philip Morris Brasil, Sicredi, Unimed, Unisc e Universal Leaf.

Os próximos passos da empresa

Sobre a possibilidade de avanço para novos mercados, Aline Eggers apontou o crescimento significativo da empresa nos últimos anos, focando atuação no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Ainda tem oportunidade de crescimento no Rio Grande do Sul, aqui no nosso quintal, e temos atuado nessa ampliação porque entendemos que a logística de nosso setor é bem pesada”, salientou.

Há possibilidade da abertura de novos mercados, mas antecipou que, para isso, seria preciso abrir novas plantas industriais em estados como Paraná ou São Paulo. Atualmente a empresa tem unidades fabris em Lajeado, onde é a matriz, e Paverama (com a instalação de novas linhas de produção).

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Enquanto isso, trabalha no que considera ser fundamental, que é estabelecer um ambiente de confiança interna e para os acionistas, a partir de atitudes de liderança. Dessa forma, busca evitar o que considera um dos grandes problemas nas empresas, a falta de comunicação.

Com as técnicas modernas de gestão empresarial, Aline afirmou ter descentralizado o comando da empresa, o que possibilita a tomada rápida de decisões – a lentidão é considerado um entrave para grandes corporações –, assim como atuar simultaneamente em questões sobre um produto em específico ou uma nova fábrica.

Essa forma de agir faz com que resultados apareçam. Eles surgem em números, com aumento do faturamento de R$ 843 milhões, em 2024, para R$ 1 bilhão em 2025, e em condecorações, como o fato de estar entre as melhores empresas do Brasil para se trabalhar e a 7ª em inovação do Estado, em premiação recente.

Aline começou na Petróleo Ipiranga

Formada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e pós-graduada em Finanças e Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Aline Eggers iniciou a carreira na Petróleo Ipiranga. Em 2002 ingressou na Fruki, representando a quarta geração da família à frente do negócio.

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Além de sua atuação executiva, dedica-se a iniciativas voluntárias e de fomento ao desenvolvimento regional. É coordenadora do Arranjo Produtivo Local (APL) de Alimentos e Bebidas do Vale do Taquari, vice-presidente do Transforma RS, conselheira da Câmara Americana de Comércio (American Chamber of Commerce – Amcham) Porto Alegre, membro da diretoria da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) e do Conselho Regional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Aline foi a primeira presidente mulher da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), entre 2018 e 2019, quando assumiu a direção da Fruki por determinação de seu pai, Nelson Eggers.

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