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MARCIO SOUZA

“Tu que é o Marcio Souza?”

A história das empresas de comunicação, aquelas em que as pessoas se enxergam, onde elas podem entrar, conversar com os comunicadores, deixar suas opiniões, são bem parecidas. Praticamente, todas têm figuras que deixam marcadas suas passagens por diferentes motivos. Algumas aparecem como “fãs”, que transformam os profissionais em astros de um pequeno mundo que tem como limite a área de abrangência do veículo; outras assumem o protagonismo da divulgação de fatos e entretenimento e criam bordões, frases, estilos e personagens, que são apoiados ou criticados pelo grande público; há quem tenha passado nos dois lados desse balcão, aliás, mais do que isso: também se configuram como fonte de informação. Este é o caso do Fernando Vilela Monteiro, que nos deixou no fim de semana.

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Não tive a oportunidade de acompanhar o Vilela, como era conhecido, nos microfones. De qualquer forma, sua passagem pelas ondas da Rádio Gazeta ficou marcada de tal forma que, a cada tempo, voltava para deixar um recado, passar uma pauta ou, simplesmente, dar um “alô” para os amigos de longa data. Chegava na Redação Integrada da Gazeta Grupo de Comunicações, falando alto, mexia com o Adriano Júnior, o Juba; passava alguma pauta para o Otto Tesche, sempre com a promoção do assunto – o que chamamos, jornalisticamente, de vender bem a pauta – ; e chegava aos demais jornalistas. Olhou de longe, viu meus grisalhos, que estavam baixos, pós-corte, e bradou: “O Leandro Siqueira (diretor de rádios da Gazeta) mudou para o impresso?”, fazendo alusão à semelhança, que se limita ao grisalho e ao branco do olho.

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Após saber meu nome, de tempo em tempo passava pela Ilha da Gentileza, como chamamos a nossa mesa de trabalho, e questionava: “Tu que é o Marcio Souza? É a melhor coluna do jornal. Vou indicar para a direção aumentar o teu salário”. E assim foi até a última oportunidade em que nos encontramos, na Sala do Cafezinho, da Rádio Gazeta FM 107,9, em que repetiu a ideia de que deveria ser ampliada a minha remuneração.

Mais do que essa curiosa bajulação, que me envaidece, Vilela incorporou a ideia de valorização e incentivo à qualidade de vida para as pessoas que vivem na conhecida terceira idade. Colocou em prática o que os Três Xirus haviam transformado em música: “Nós já fomos crianças e jovens; e, hoje, estamos na terceira idade. Mas a vida para nós continua, cheia de felicidade”. E ciente de que “o trem que chega é o mesmo trem da partida”, como cantou a Pimentinha, resta agradecer pelos elogios e preparar um “Tu que é o Vilela?” para quando nos encontrarmos na redação celestial.

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