Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

contraponto

Uma Bela Vida

Semana passada, sob o título EuDecido, escrevi sobre a iniciativa de um grupo de brasileiros – pesquisadores, juristas, profissionais da saúde, artistas e comunicadores – que criaram uma associação em prol do direito à morte assistida.

Inclusive mencionei uma série de nações em que esse direito é legal, a exemplo da Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Espanha, Portugal, Suíça, Áustria e Alemanha. E fiz as mesmas perguntas que já fizera em outros artigos sobre o mesmo tema.

É ético submeter alguém ao sofrimento e à vida artificial, às vezes contrariando a vontade do doente? Não seria a morte muito mais digna e humana? Não são diferentes os conceitos e os sentimentos pessoais sobre o que significa “vida”, e a própria “morte”?

Publicidade

Retomo o assunto em função de uma coincidência temática. Explico. Entre as várias salas de cinemas e filmes disponíveis em Porto Alegre, no sábado, dia 16, escolhi um filme muito mais pelo diretor do que pelo tema.

Refiro-me ao legendário e multipremiado cineasta Costa-Gavras (1933), grego de origem, mas naturalizado francês, e que tem um histórico de filmes valiosos com abordagens políticas. Mas não é o caso presente.

Uma Bela Vida é um filme baseado em livro do professor, jornalista e ensaísta Régis Debray e do médico hospitalar Claude Grange, especializado em dor crônica e cuidados paliativos. O livro é Le Dernier Souffle. Aliás, em frances, o título original do filme.

Publicidade

O roteiro do filme trata do encontro, da convivência e dos diálogos entre um médico especializado em tratamentos paliativos e um prestigiado escritor e filósofo. E de diálogos com os hospitalizados.

Os diálogos e as cenas demonstram, enriquecem e contam as diversas reações, desejos e comportamentos de pacientes (e seus familiares) com doenças terminais.

Um roteiro revelador das percepções e das expectativas humanas. Uma galeria de emoções e idealizações. Apesar de um tema desagradável, não há cenas explícitas de morte. Inevitavelmente, temas como a eutanásia e a morte assistida estão presentes. Sem exageros. Sem propaganda.

Publicidade

O personagem principal é o filósofo, embora os demais sejam todos relevantes e significativos, com destaque expressivo ao médico. A riqueza e a qualidade das inúmeras reflexões e circunstâncias que o roteiro proporciona são quase como que um documentário.

Inevitavelmente, há uma sucessão de circunstâncias e diálogos com os quais nos identificamos. Há momentos comoventes. Também há humor e ironia. Recomendo o filme!

LEIA MAIS TEXTOS DE ASTOR WARTCHOW

Publicidade

QUER RECEBER NOTÍCIAS DE SANTA CRUZ DO SUL E REGIÃO NO SEU CELULAR? ENTRE NO NOSSO NOVO CANAL DO WHATSAPP CLICANDO AQUI 📲. AINDA NÃO É ASSINANTE GAZETA? CLIQUE AQUI E FAÇA AGORA!

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.