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Uma história de terror e medo que marcou a vida de soldados em 1870

Realizadores do filme retornaram ao Rio Grande do Sul um ano após as filmagens para lançamento ao lado da equipe gaúcha

Realizadores do filme retornaram ao Rio Grande do Sul um ano após as filmagens para lançamento ao lado da equipe gaúcha | Fotos: Julian Kober

Quinta-feira, dia 16, 20 horas. A sala 8 do Cinemark – localizada no BarraShoppingSul, em Porto Alegre – estava lotada para a pré-estreia do filme de terror A Própria Carne. Na plateia, era perceptível o clima de expectativa para assistir ao primeiro longa-metragem do grupo Jovem Nerd – de Alexandre Ottoni e Deivi Pazos, referência no mundo da cultura pop há 23 anos –, em parceria com o diretor Ian SBF (criador do Porta dos Fundos).

O sentimento, entretanto, mudou com a chegada de Deivi (o “Azaghal”) e Ian na sala. “Acho que é a nossa sessão mais cheia”, enalteceu Azaghal, que assina o roteiro ao lado de Alexandre e Ian, antes da exibição.

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A Gazeta do Sul acompanhou a sessão de pré-estreia da obra cinematográfica filmada em Farroupilha, interior do Rio Grande do Sul, em outubro do ano passado. As paisagens da Serra Gaúcha ajudam a narrar a jornada de horror e insanidade que se passa em 1870, durante a Guerra do Paraguai.

Traumatizados pelo mais violento conflito da América Latina, três soldados desertores vagam por uma floresta até encontrar uma casa isolada na fronteira. No entanto, o refúgio que deveria ser seguro torna-se um pesadelo e os soldados passam a ser aterrorizados pelos segredos macabros da habitação.

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Entre as locações utilizadas no município, localizado a cerca de 145 quilômetros de Santa Cruz do Sul, está a Casa de Bona. Referência para produções audiovisuais, a estrutura histórica foi cenário no cinema e na televisão, incluindo O Filme da Minha Vida, obra de Selton Mello que adapta o romance Um pai de cinema, do escritor Antonio Skármeta.

Além do cenário gaúcho, as filmagens de A Própria Carne tiveram uma equipe formada majoritariamente por profissionais do Estado. Entre eles a figurinista Carol Scortegagna, de Cachoeira do Sul, responsável por criar as vestes dos personagens.

Parte dos integrantes esteve na pré-estreia em Porto Alegre e foram enaltecidos pelos produtores. “Foi a melhor equipe com que eu já trabalhei na vida”, afirmou o diretor.

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Após a exibição, Ian e Azaghal conversaram com o público, respondendo questões sobre a trama e trazendo curiosidades sobre a produção. Os idealizadores estão em uma turnê pelo Brasil para apresentar o projeto ao público, com sessões comentadas em diversas capitais brasileiras. O filme também foi exibido no Festival do Rio, um dos eventos mais importantes do País, e concorre em oito categorias do FilmQuest Festival 2025, nos Estados Unidos, referência no gênero de ficção-científica e horror. 

Conforme Azaghal, a turnê é uma maneira de estar próximo aos fãs e descobrir a visão deles sobre a obra. “Sempre estivemos do outro lado, conversamos sobre filmes. E agora estamos do lado de quem está entregando para as pessoas, e elas vão absorver e perceber o filme de maneiras diferentes”, afirmou em entrevista exclusiva à Gazeta do Sul.

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A estreia de A Própria Carne será no dia 30 de outubro. O filme que tem provocado grande expectativa no público vai ter sessões exclusivas na rede Cinemark. Em breve, estará disponível digitalmente.

Um orgulho para o cinema nacional

Há um enorme preconceito no que se refere à qualidade do cinema nacional entre o público brasileiro. Embora seja reverenciado em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos, as produções costumam ser subestimadas e criticadas (injustamente) por não estarem no mesmo nível de qualidade técnica de produções milionárias. Entretanto, A Própria Carne é uma prova do talento nacional na sétima arte. Brutal e tenso, não deve em nada à qualquer terror internacional lançado nesta década.

A começar pelo excelente roteiro criado a partir de um conceito de Ian SBF que ganhou uma nova identidade com a presença de Jovem Nerd (Alexandre Ottoni) e Azaghal (Pazos). A trama, além de bem amarrada, destaca-se pela construção de mistério e suspense, desvendando os horrores aos poucos. Há um clima de imprevisibilidade muito marcante que torna a experiência ainda mais tensa.

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Os diálogos são outro destaque. Porém, o excelente texto não teria a mesma força se não fosse o incrível elenco. O trio de soldados – interpretados por Jorge Guerreiro, Pierre Baitelli e George Sauma – é carismático e faz com que o público fique preocupado com o destino aterrador que os aguarda. E os habitantes da casa isolada são inesquecíveis, com a atuação insana de Jade Mascarenhas e Luiz Carlos Persy. O personagem de Persy, que anda com o pescoço torto e tem uma ferida no nariz, é ameaçador sem muito esforço.

E os fãs de horror podem ficar tranquilos: não faltam sangue e violência. Nada, no entanto, é gratuito, e é sempre engrandecido por efeitos sonoros que tornam tudo mais perturbador. 

Ian mostra seu talento não só na direção, mas também na montagem. Com menos de 100 minutos, a obra termina no momento certo e com vontade de conhecer o universo. A Própria Carne é um filme para o público ter orgulho do cinema nacional.

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