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ROSE ROMERO

Uma segunda chance

Os opostos se atraem, diz o ditado. E eu completo: pode até ser, mas serão infelizes. A paixão do início dá lugar aos desentendimentos. Um quer sair, o outro quer ficar em casa. Um quer varar a madrugada, o outro quer dormir cedo. Um quer sexo a três, o outro não sai do papai-mamãe. Um é vegetariano/vegano/budista. O outro, você sabe.

Em se tratando de relacionamentos, penso que as semelhanças unem. O contrário afasta. Não sei quem inventou essa teoria de amor pelo antagonismo – alguém da Física ou da Química talvez, inspirado pelas ciências da natureza. Mas não funciona. Não na vida real.

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Conviver é difícil. Como diante de um espelho, só gostamos se o interlocutor reflete uma imagem positiva de nós mesmos. Superar isso exige altruísmo ou anos de análise. Quase sempre nos faltam os dois. Por isso, vínculos saudáveis pressupõem uma boa dose de pontos em comum. E mesmo que você conheça um casal e eles pareçam “completamente diferentes”, se são felizes, provavelmente são muito mais parecidos do que você imagina.

É isso ou a frustração. Aquilo que começou com fogo, em alguns anos é apenas gelo. Um frio sem agasalho. Se viver em grupo, no geral, já é complicadinho, no matrimônio pode ser uma tristeza. Um convite para se sair por aí disfarçando no social o mal-estar individual.

Por trás das aparências, os dois lados da equação desconfiam que escolheram a parceria errada. E pensam em alguém que cruzou seu caminho em um passado distante e com quem, fantasiam, teria sido melhor. Às vezes, reencontram essa pessoa e refazem o laço. Conheço mulheres que esperaram a viuvez para reativar um namoro interrompido na juventude.

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A tal da segunda chance – ou terceira, ou quarta – existe para todos. Pode ser na amizade, e até nos negócios. Há parcerias que nunca deveríamos ter feito. E outras que vale a pena retomar. Escrevo e penso em futebol, agora que o Galo está rebaixado e o Avenida depende de terceiros para seguir na Série A do Gauchão.

Esses dois estiveram unidos, entre 1974 e 1978, e o esforço acabou em divórcio. Sei que há uma rivalidade substancial. Mas há também objetivos e sonhos idênticos. E é de se avaliar se dois times em uma cidade deste porte não contraria a lógica de um esporte que exige constante investimento.

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Queremos vencer ou não queremos? É tão crucial torcer contra o vizinho, o irmão, o pai, o amigo? Ou a possibilidade de uma equipe mais competitiva na quinta economia do Estado não vale uma reconciliação?

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