Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Repressão qualificada

VÍDEO: “Integra o primeiro escalão da facção”, diz Menezes sobre investigado na Operação Emplastrum

Foto: Cristiano Silva

Menezes: “Atua em nicho de mercado”

Enterrados em uma área de mata, dentro de uma propriedade de Linha Nova, interior de Santa Cruz do Sul, três tonéis contendo uma grande quantidade de drogas aguardavam o início do que seria, no futuro, a produção de entorpecentes em escala industrial. O embrião de um laboratório da facção Os Manos na região foi descoberto e desmantelado na chamada Operação Emplastrum, deflagrada nessa sexta-feira, 25, pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

De acordo com a investigação, a propriedade seria usada pelo grupo criminoso para prensar e misturar cocaína pura, a chamada “escama de peixe”, com outros componentes químicos, a fim de diminuir o grau de pureza e aumentar a rentabilidade na venda da droga na região. E os indícios apurados pela especializada no combate ao crime organizado não foram poucos.

LEIA TAMBÉM: Polícia Civil desarticula laboratório de drogas em Santa Cruz

Publicidade

Além dos 27 quilos em entorpecentes apreendidos – 23 de cocaína e ainda quatro de maconha –, uma prensa hidráulica, normalmente utilizada por integrantes de organizações criminosas para prensar drogas a fim de misturar componentes, já estava instalada no local e pronta para dar início à produção. Um veículo e uma balança de precisão também foram confiscados.

“O objetivo deste laboratório seria reprocessar cocaína, transformar um quilo de pura em três de misturada. É pegar a escama de peixe, com 98,5% de pureza, da Região Metropolitana de Porto Alegre, trazer pra cá e misturar com outros insumos e componentes químicos a fim de transformá-la na chamada ‘cocaína comercial’, como é conhecida essa droga vendida a uma classe mais baixa”, explicou o delegado regional Luciano Menezes, que coordenou a operação.

Preso tem 35 anos e fazia o armazenamento das drogas para a organização criminosa

O dono da propriedade, de 35 anos, foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Segundo Menezes, ele estava sendo pago pela organização criminosa para armazenar os entorpecentes. “Ele foi cooptado pela facção. Sabe que o que estava fazendo é errado, mas se dispôs a correr o risco para ganhar um dinheiro extra. Ele não é operador, não tem iniciação química para fazer a mistura. Isso seria feito por outras pessoas”, revelou o delegado regional.

Publicidade

Entrevista com o delegado regional Luciano Menezes

“Conseguimos retirar das ruas uma quantidade significativa de drogas. Foi mais uma operação exitosa da Draco no combate ao tráfico e descapitalização das organização criminosas, que no caso é a facção Os Manos, que explora majoritariamente o comércio de entorpecentes em Santa Cruz e em outros municípios do Vale do Rio Pardo”, complementou Menezes.

Conforme delegado regional, prejuízo ao crime organizado chegou a R$ 800 mil

O prejuízo ao crime organizado com a apreensão dessa sexta-feira, conforme Menezes, chega a R$ 800 mil. Segundo o delegado regional, o homem detido seria apenas um contratado da facção. O patrão do tráfico e verdadeiro responsável pelos entorpecentes está preso, mas continua comandando o crime organizado. Detalhes a respeito da identidade desse chefe não foram revelados por Luciano Menezes.

Sabe-se que o homem, atualmente, cumpre pena em uma cadeia do complexo penitenciário de Charqueadas. “Esse indivíduo integra os quadros do primeiro escalão da facção, está preso há tempo e, como apenado, ganhou proporção ainda maior dentro do grupo criminoso do que quando estava solto”, disse o delegado regional.

Publicidade

De acordo com Menezes, o investigado, que é natural de Santa Cruz, atua no tráfico em alguns pontos do município, sobretudo no Bairro Bom Jesus, onde foi criado. Porém, vem galgando espaços na Região Centro-Serra, dominando o comércio de entorpecentes em cidades como Sobradinho e Arroio do Tigre, além de pontos em Candelária.

Ao todo, foram 27 quilos de drogas apreendidas

“Ele atua em um nicho de mercado que é comercializar a chamada cocaína batizada, que não é a pura e, por consequência, não custa tão caro como a ‘escama de peixe’”, explicou Menezes. Conforme o delegado regional, como os usuários de Santa Cruz, em sua maioria, tendem a procurar cocaína pura, o investigado acaba por fazer a maioria de sua comercialização em outras cidades da região, onde há maior busca pelo entorpecente adulterado que, consequentemente, tem um menor valor.

“Aqui na cidade, temos um mercado elitista. Menos gente acaba usando essa cocaína comercial, com essa mistura diabólica. Por isso, ele atua em mercado de fora de Santa Cruz. Tem a hegemonia no Centro-Serra, e já há notícias de incursões dele em Candelária e para os lados de Santa Maria.”

Publicidade

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.