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JOSÉ ALBERTO WENZEL

Vigor naturalista

São 230 árvores nativas, de 130 espécies diferentes

Ao tempo em que brotam e crescem vigorosos os movimentos, ações e contribuições socioambientais de iniciativa pessoal, comunitária e institucional, percebe-se, aqui e ali, um empenho de “ignoramento” da emergência ambiental. Até eventos como o de maio de 2024 são relativizados por alguns.

Estes costumam relatar que as enchentes são cíclicas, que isso já aconteceu antes e um melhor planejamento acompanhado pela tecnologia irá resolver, ou seja, a cada novo problema, uma solução de caráter técnico será encontrada e uma nova máquina será desenvolvida, instrumento que irá dinamizar o mercado e assim seguiremos na trilha da intervenção no ambiente, como senhores superiores a qualquer manifestação natural. Todavia, não há como ignorar que não se pode simplesmente “renormalizar” a situação, e isso tem fortificado o empenho, muito promissor, especialmente dos coletivos.

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Para melhor compreender as atuais surgências, há que se trazer à luz as fases anteriores. Vejamos, ainda que de forma breve, as ênfases dos movimentos ambientais. Os mais vividos vão lembrar da forte preocupação com o odor dos curtumes, com o lançamento direto dos efluentes e dejetos nos rios e córregos, com o empenho pela instalação das fossas sépticas e fluoração das águas. Os ainda um pouco mais avançados em idade talvez recordem dos “miasmas”, que exalariam dos pântanos, considerados ambientes putrefatos onde estranhas e monstruosas criaturas proliferariam. Quanta área de Várzea e “brejo” foi drenada em nome da “salubridade”?

Na sequência vieram os movimentos contestatórios, a exemplo do caso “Borregaard”, empresa que empestava os ares da região metropolitana de Porto Alegre. A depender dos ventos um cheiro de enxofre inundava a população, até que um dia, em 1973, a empresa chegou a ser interditada. Depois, a instituição promoveu a adequação necessária demandada pelos órgãos de controle ambiental e pela atuação firme de verdadeiros profetas, como Lutzenberger e tantos mais. Rapidamente, os órgãos governamentais encarregados pelas licenças ambientais tiveram que se preparar melhor e avaliar, de forma ampliada e contínua, as autorizações pré e após licença.

Paralelamente, as conferências, seja do porte da ECO-92 ou de um fórum municipal, contribuíram para o aprofundamento coletivo da temática ambiental. A legislação, os Planos Diretores e a criação de unidades protegidas vêm promovendo a proteção ambiental, ainda que não falte quem insista nas tentativas de flexibilização do aparato protetivo.

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Inesquecíveis se fazem, nesta rápida retrospectiva, os grandes acidentes que mobilizaram a população e órgãos diretivos, como a mortandade de peixes no rio dos Sinos em 2006, a plataforma petrolífera que explodiu no golfo do México em 2010, o rompimento das barragens em Mariana em 2015 e de Brumadinho em 2019 e, agora, a tragédia avassaladora das inundações em nosso Estado. Eventos que denunciam o nosso despreparo e descuido histórico. Todavia, voltando ao início deste texto, vem acontecendo um processo virtuoso de aproximação naturalista, tema que nos ocupará em uma das próximas colunas neste espaço, generosamente disponibilizado pelo jornal Gazeta do Sul.

NIÈDE GUIDON (1933-2025)

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Nesta semana do Meio Ambiente, a natureza, amorosamente, acolhe nossa antropóloga naturalista. Tivemos a oportunidade de visitá-la em meados de 2023. Após conhecer o Parque Nacional da Capivara, fomos recebidos em sua morada em Raimundo Nonato, no Piauí. Niède, em sua ciência e afeto operoso, segue nos inspirando.

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