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Da terra e da gente

Tradição a preservar

O canto coral está presente entre nós desde a chegada dos imigrantes alemães à região, a partir de 1849. Os colonizadores tinham nas sociedades de canto uma das manifestações culturais mais expressivas. Não por acaso, o maior encontro de corais realizado em Santa Cruz do Sul, por meio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), sempre em setembro, mês de aniversário do município (neste ano ocorreu no dia 21), continua a atrair um grande público ao Teatro do Mauá, que há muitos anos é o palco do evento promovido desde 1995, mostrando assim o apreço persistente pela boa música e o belo canto feitos em grupo.

A associação brasileira com matriz em Santa Cruz do Sul, fundada em 1955, incentiva a cultura e mantém dois corais (um misto, outro masculino, o primeiro prestes a completar 25 anos e o segundo, dez), e assim outras entidades do município e da região preservam de forma elogiável esse legado, além das igrejas. Tudo porque, como bem lembrou a apresentadora do último encontro, Dulce Meininger, junto com seu irmão Luís Afonso Hermes, a música e o canto têm a capacidade de despertar as mais profundas emoções e “sua verdadeira beleza conecta as pessoas através de uma mensagem, da qual nós, do canto coral, somos os mensageiros”. Mas para isso, ressalvou, é preciso amar e saber ouvir o que o coração tem a dizer.

É importante respaldar uma expressão cultural típica da comunidade, diz sempre o presidente da entidade, Benício Werner, enquanto o dirigente dos grupos, Agostinho Wilges, e o regente Gustavo Sehnem, que sucedeu a Abílio Piovesan, evocam o bem que propicia aos que cantam e aos que ouvem. Como traduziu a apresentadora Dulce, “se o cantar dos pássaros já nos coloca em sintonia com o Criador e a Natureza, as palavras cantadas elevam nossos pensamentos, promovem equilíbrio emocional e um estado agradável de bem-estar, numa linguagem universal presente em todas as culturas na história da humanidade”.

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Por isso mesmo, e na condição de alguém que participa diretamente deste mundo de emoções, preciso reforçar a relevância de se manter a tradição, destacar todos que apoiam e se dedicam a esta arte, observar a integração de número considerável de jovens nos grupos, o que representa alento para o futuro. A nossa Oktoberfest, que se inicia na 35ª edição, não se esquece de valorizar esse aspecto fundamental, promovendo encontro de corais no dia 17 de outubro, na Igreja Evangélica Centro, e a comissão de festejos dos 170 anos de imigração alemã em Santa Cruz é feliz ao inserir tal iniciativa na programação, dia 22 de novembro, na Igreja Matriz de Linha Santa Cruz, berço da colonização. Prestigiar esses grupos já é uma forma de incentivá-los a preservar um dos nossos mais marcantes traços culturais, do qual todos devemos nos orgulhar.

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