Iniciam-se momentos que devem ser marcantes na passagem, em 2024, dos 200 anos de imigração alemã no Rio Grande do Sul e 175 anos em Santa Cruz do Sul. Em seu começo, lembrou-se há poucos dias os 55 anos do Monumento ao Imigrante, localizado ao final da rua principal, com a colocação de novas placas informativas e evento solene, valorizando oportunamente essa obra já melhorada, mas ainda não tão bem observada de perto. Isso é estimulado neste ano, como deve ocorrer em relação a diversos aspectos e temas relacionados ao marco da imigração, para conhecer melhor o que representa em nossa comunidade.

O monumento foi inaugurado em 25 de janeiro de 1969, quando se completavam 120 anos de imigração germânica em Santa Cruz. O então prefeito Orlando Oscar Baumhardt, que encerrava o mandato naquele mês, e o presidente do Lions Clube 1849, Eugenio Iserhard, descerraram a fita da obra, apresentada então pela Gazeta do Sul como “nosso mais belo monumento, dedicado ao imigrante” e “uma obra de arte do nosso conterrâneo Hildo Paulo Mueller, que deverá constituir-se mesmo numa grande atração turística, pois não existe no Estado algo parecido”. Dizia mais: “Trata-se de uma homenagem justa aos pioneiros da nossa colonização, que bem mereciam uma obras destas, e, graças à campanha do Lions e apoio da Prefeitura, pôde ser levada a cabo”.

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As homenagens foram atualizadas pelas palavras, entre outras, da prefeita Helena Hermany, presidente do Lions Centro, Eunice Jaeger, presidente da comissão estadual dos festejos, subsecretário de Justiça e com ligações santa-cruzenses, Rafael Gessinger, e do local Paulo Trinks. Além de outras, recolocou-se na escultura do colonizador a placa com os primeiros imigrantes alemães (seis homens adultos, quatro August – Wuttke, Raffler, Arnold e Mandler –, Frederico Tietze e Gottlieb Pohl), aliando-se, por indicação legislativa (de Alberto Heck), quatro mulheres do grupo (a esposa de Wuttke, Johanna Francisca e as filhas menores Joana Maria e Juliana, além da irmã de Tietze, Charlotte ou Carlota), que, junto com os filhos menores Guilherme e Lucas Wuttke, completam os 12 que chegaram inicialmente das terras germânicas à recém-fundada Colônia Santa Cruz (Falo deles no meu livro Carl & Ciss).

Outro representante leonístico e guia turístico, Luís Carlos Moritzen, ressaltou nomes que fazem parte da história do monumento: além do artista Hildo Mueller (representado pelos filhos Paulo e Pedro), modelos que aparecem no painel – o lavrador Henrique Funk (falou dele a filha Vera Hermes) e o semeador Ilgo Emmel (representado pelo irmão Ivo); o idealizador do monumento, vereador da época, Bruno Franke (estavam presentes as filhas Irmgard, Isolde e Ingrid), em cujas terras na Estação de Captação de Água no Rio Pardinho, junto à ponte da estrada para Vera Cruz, foi tirada então a foto que serviu de base ao painel (inclui a indústria Souza Cruz, onde Bruno e Hildo trabalhavam, ainda no centro e com a icônica chaminé, que infelizmente já não existe mais, além da nossa simbólica Catedral, ora em restauração).

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Muitos atributos (fé, educação, trabalho, coragem) e nomes foram lembrados (além do passado, mentores atuais – Gessinger destacou, além do secretário Corá, da Cultura, e presidente Trinks, professores Cristiana Müller, Unisc, Lissi Bender, Academia de Letras, e Nasário Bohnen, Cultura). A prefeita Helena falou em alemão, lembrando de empresário estrangeiro que a louvou por preservar a língua (o idioma é destaque também em novo livro que lançarei logo mais), e o Clube 25 de Julho mostrou danças e cantos germânicos. Enfim, um belo clima se criou, junto com o outono, para celebrar o tanto que os imigrantes representam para nós, ao lado das demais etnias. Mirando o monumento enaltecido, podemos enxergar o futuro plantado com boas sementes.

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