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Conselhos financeiros

Um ditado muito popular diz que “se conselho fosse bom, seria vendido, não dado”. Hoje, existe uma infinidade de conselhos em todas as áreas humanas, inclusive na financeira. Nas finanças, especificamente, cada especialista aborda  a mesma questão sob sua ótica particular. Jornalistas, por sua vez, ao cumprir pautas sobre o assunto, geralmente procuram entrevistar economistas, de preferência professores de universidades. Pode ser que, em alguns casos, eles tenham, de fato, especialidade  no assunto. Mas, às vezes é apenas uma visão macroeconômica. Nathalia Arcuri, do blogue Mepoupe, por exemplo, conta num vídeo que, ao procurar orientação de economistas para sua vida financeira, constatou que alguns deles estavam “quebrados”.

No intuito de abordar o assunto das finanças pessoais, cada vez mais em destaque, muitas vezes mistura-se tudo. Buscar apenas o equilíbrio das finanças, isto é, empatar receitas e despesas, é muito arriscado: qualquer imprevisto pode desencadear uma grave crise financeira. Tanto assim que, na metodologia DSOP, ao classificar a pessoa por perfil financeiro, a que mais merece atenção é justamente a pessoa equilibrada financeiramente, isto é, aquela pessoa que se encontra na “zona de conforto”: não tem dívidas ou, se as tiver, estão sob controle, mas não criou o hábito de guardar parte do dinheiro que ganha; qualquer imprevisto pode desencadear uma série de dificuldades financeiras. Já a pessoa endividada, não tem jeito mesmo: ela precisa parar  e começar tudo de novo. Enquanto isso, a pessoa investidora, está de parabéns pois está no caminho certo.

Com relação ao endividamento, é preciso entender que ter dívidas não é o problema; muitas vezes,  é o “atalho” para conseguir realizar sonhos mais depressa. As dívidas podem também ser uma estratégia financeira, utilizando por exemplo as facilidades de concessão e de pagamento parcelado. O problema são as  dívidas ruins, como as do cartão de crédito ou do cheque especial que carregam juros  muito altos, ou, então, quando  decorrentes  de compras sem planejamento, adquirindo  itens supérfluos por impulso ou, pior ainda, por compulsão.  

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Quanto ao cartão de crédito, geralmente considerado o responsável ou o vilão do endividamento, na verdade trata-se  apenas de uma ferramenta que, se utilizada corretamente, pode facilitar muito a vida financeira das pessoas. Claro, quem já teve problemas com ele e não se sente seguro para usá-lo de forma consciente, deve  reduzir o número para um ou dois; em alguns casos, a solução é não ter nenhum.  

Conrado Navarro, do site Dinheirama, publicou um interessante artigo em que ele recomenda o cuidado que devemos ter com especialistas. Navarro diz que muitas vezes é difícil saber a quem ouvir, o que observar, o que fazer, etc.; às vezes, atrás de um simples conselho financeiro, podem existir conflitos de interesse. Por exemplo: ao oferecer um produto financeiro, o amigo-gerente de banco pode estar mais interessado em atingir sua meta de trabalho do que atender a uma real necessidade  do amigo-cliente. Ele propõe quatro pontos para reflexão:

1º) conhecer a si mesmo: a pessoa precisa saber onde quer chegar, qual sua resistência ao risco, que tipo de vida quer levar, do que pode abrir mão; na metodologia da DSOP – Educação Financeira, seu criador Reinaldo Domingos insiste muito que o cidadão encontre seu “eu financeiro”, equilibrando o SER e o TER para a realização de seus propósitos e de seus sonhos;

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2º) quais os interesses envolvidos: ao receber um conselho ou uma dica imperdível de negócio, procurar identificar ou entender os interesses por trás dele; mesmo que seja um amigo de muitos anos, sempre é bom avaliar qualquer sugestão, inclusive quando se trata de colocar dinheiro em algum empreendimento;

3º) procurar informações completas: qualquer investimento  traz em si alguns riscos; mesmo na caderneta de poupança, a garantia do dinheiro investido é até 250 mil reais, por CPF; o que supera esse valor, em caso de quebra da instituição financeira, não tem garantia;

4º) pensar de forma crítica: principalmente, em investimentos é muito comum  seguir o que todo mundo faz; é o “efeito manada”; só que as pessoas não levam em conta que os planos e metas de cada um são diferentes, assim como aversão a risco e outras variáveis.

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Existem muitas recomendações, dicas e conselhos financeiros disponíveis na internet, em artigos de jornais e revistas, em programas de rádio e televisão. Certamente, todos tem algum ou muitos fundamentos. O mais importante, entretanto, e ainda pouco abordado, é que a questão das finanças pessoais depende mais do quanto cada um se conhece do que da racionalidade, do conhecimento.

Não é casualidade o fato de o professor da Universidade de Chicago, Richard Thaler, ter sido contemplado com o Prêmio Nobel de Economia de 2017, sob a justificativa de ter  desenvolvido  a teoria da contabilidade mental, na qual  o professor explica como as pessoas simplificam a tomada de decisões financeiras. Juntando a economia  tradicional,  a psicologia e outras ciências  – daí o nome de Economia Comportamental – , o professor constatou que existem situações nas quais é possível tomar decisões equivocadas, justamente por não termos uma análise completa da busca pela melhor  solução. Thaler resumiu a premissa básica de suas teorias dizendo que “para fazer uma boa economia, você deve ter em mente que as pessoas são humanas”.

Portanto, antes mesmo de fazer uma boa planilha de despesas e receitas, de seguir este ou aquele professor ou especialista,  a pessoa precisa identificar como suas emoções e o seu  comportamento influenciam suas decisões financeiras. Igual nas dietas, não basta simplesmente adotar um detox, geralmente o que está  na moda, não mudar a alimentação e os hábitos do dia a dia, e, em alguns casos, consultar um médico. Depois, pesquisar instituições especializadas  que oferecem educação financeira. Já existem muitas, no Brasil, sendo uma delas a DSOP – Educação Financeira, com uma metodologia criada, testada e comprovada  por seu mentor, Reinaldo Domingos, e seguida por milhares de brasileiros. Só muda o comportamento quem muda ou adquire novos conhecimentos, inclusive na área financeira. O mais importante , entretanto, é a pessoa  entender que a decisão deve ser sempre por convicção pessoal e não porque alguém disse.

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