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Pesquisadores da Unisc descobrem novo método para medir a glicose

O trabalho de mestrado de Rosileidi Pappen Umpierres poderá ser um divisor de águas no diagnóstico de problemas como excesso de glicose, colesterol e triglicerídeos. Problemas de saúde que são detectados hoje por meio da análise do sangue poderão ser apontados pela saliva – sem dor, sem risco de contaminação e de forma muito mais rápida. A metodologia adaptada por Rosileidi, com a supervisão dos professores Valeriano Antonio Corbellini e Hildegard Hedwig Pohl, no futuro poderá ser uma alternativa ágil na prevenção de doenças causadas por altas taxas de açúcar e gordura no sangue.

“Todas as partes do corpo refletem a realidade dele. A saliva, assim como o sangue, apresenta relação com os mesmos parâmetros. O que nós conseguimos foi quantificar os marcadores que indicam a presença de glicose e colesterol”, revela Corbellini, orientador de Rosileidi no Mestrado em Promoção da Saúde da Unisc. O nome da técnica é Espectroscopia de Absorção Molecular no Infravermelho com Transformada de Fourier.

A proposta consiste em analisar a saliva com luz infravermelha, no espectrômetro FT-IR, equipamento capaz de avaliar qualquer tipo de material. Um programa de computador lê estas informações e dá o diagnóstico, minutos após a coleta. O professor Corbellini pesquisa a possibilidade de analisar sangue ou fluidos no equipamento desde 2007. No entanto, alerta que o método aperfeiçoado por eles não substitui as análises de sangue tradicionais, mas tem o benefício da agilidade.

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Aperfeiçoar serviços

Rosileidi almeja deixar a sua contribuição para a qualificação da saúde. “O que nós intuímos com este trabalho é que podemos aperfeiçoar os serviços dentro da saúde pública. A finalidade é essa, a promoção da saúde, a saúde coletiva.” Rosileidi é formada em Odontologia, curso em que atua como professora na própria Unisc, agora como mestre em Promoção da Saúde. O orientador de Rosileidi conta que a iniciativa é inédita e abre portas para outras análises usando o infravermelho da FT-IR. “O software poderá realizar outros tipos de exames, como o diagnóstico de câncer de próstata, que outro professor do curso de Medicina irá testar em breve”, antecipa Corbellini.

Uso depende de aprovação da Anvisa

Mesmo chancelado pelo curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), para que a análise do colesterol, triglicerídeos e glicose se torne uma alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, o método tem que ser validado pelo governo federal. O estudo de Rosileidi precisa ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para confirmar o procedimento, o governo deve promover testes em maior escala, em diferentes partes do Brasil. “A Anvisa precisa definir se o estudo pode ser usado e em qual posição ficará na escala de procedimentos e exames de diagnóstico”, explica Corbellini.

Além disso, o custo da FT-IR é alto. O equipamento usado na Unisc, no Laboratório de Infravermelho do curso de Química, custa em torno de R$ 200 mil. “Na Europa há experimentos para baratear o processo. No futuro o equipamento poderá ser mais acessível também no Brasil”, complementa o professor.

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