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Estiagem

Prejuízos na região ultrapassam R$ 280 milhões

Foto: Lula Helfer

A estiagem que atinge proporções históricas na região, já gerou um prejuízo que ultrapassa os R$ 280 milhões. Ao todo, nove municípios decretaram situação de emergência até agora. Outras cidades devem emitir o decreto nos próximos dias, como Candelária, Rio Pardo e Gramado Xavier. Confira a situação detalhada em cada cidade.

Santa Cruz do Sul
Os prejuízos já chegam a R$ 62.104.192,75. As principais culturas atingidas são o milho, feijão, tabaco, leite, soja, arroz, gado leiteiro e gado de corte. O setor de hortifrúti, por exemplo, registra 40% de perdas.

O coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz do Sul, tenente José Joaquim Dias Barbosa, explica que a Prefeitura vai atuar em auxílio às pessoas que são atingidas e tiveram as produções afetadas pela estiagem. “As localidades mais atingidas foram Alto Paredão e São Martinho. Um dos nossos objetivos principais com a assinatura do decreto é tentar auxiliar aqueles produtores que obtiveram financiamento para fazer sua produção. Com o reconhecimento do documento, sendo homologado pelo Estado e pela União, esses produtores poderão ter o prazo de pagamento estendido para se adequarem”, revelou.

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Barbosa afirma que a Defesa Civil já atua em duas frentes, com o objetivo de amenizar os efeitos da estiagem. Uma parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente fornece água potável aos munícipes, mediante cadastro. “São 50 mil litros de água por dia que estamos distribuindo. Em outra iniciativa, em parceria com a Secretaria de Agricultura, estamos criando poços chamados ‘aguadas’, que poderão armazenar a água da chuva para auxiliar em períodos de seca.”

Relatório sobre o impacto em Santa Cruz foi apresentado em reunião do Conselho Agropecuário

Vale Verde
Com a falta de chuva, a estiagem atrapalha a germinação da soja. O seguro contratado pelos produtores somente cobre a fase de floração da planta, deixando de fora o processo inicial do crescimento. O prejuízo é de R$ 12,6 milhões. A falta de chuva tem causado prejuízos significativos às atividades produtivas do município, principalmente nas culturas do milho, soja e na própria pecuária.

Vera Cruz e Vale do Sol também assinam decreto
Os prejuízos causados pela estiagem levaram ontem os prefeitos de Vera Cruz, Guido Hoff, e Vale do Sol, Maiquel Silva, a assinarem o decreto de situação de emergência nos dois municípios. O laudo técnico elaborado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar, Emater e Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente aponta prejuízo financeiro de R$ 30.027.506,50 em Vera Cruz. Em Vale do Sol, as perdas em consequência do impacto climático no setor agropecuário totalizam R$ 47.489.427,00.

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O levantamento sistemático da produção agrícola e pecuária no município de Vera Cruz ocorreu terça-feira nas localidades atingidas, baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e empresas fumageiras. O maior prejuízo é na cultura de tabaco, totalizando R$ 19,3 milhões, com quebra de 25% na safra. As perdas na mandioca atingem R$ 1,98 milhão (30% da estimativa de produção), enquanto na soja chega a R$ 1,2 milhão (25% da safra), no milho da safra normal soma R$ 4,8 milhões (50%) e no plantio da safrinha R$ 2 milhões, com perda de 100%. Também no leite há prejuízo de R$ 680 mil, com uma queda de 20% na produção.

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A Prefeitura de Vale do Sol enviou nessa quarta-feira, 8, documentação à Defesa Civil onde informa a assinatura do decreto de situação de emergência devido à estiagem. A iniciativa pretende facilitar a ação do município para amenizar os problemas. O prefeito Maiquel Silva enfatizou que o documento serve como um alerta pela escassez de água, até para consumo humano, e pelos prejuízos constatados no setor agrícola. O custo das ações já realizadas pelo Executivo em resposta à estiagem soma R$ 33.282,00. Esse valor envolve as despesas com caminhões-pipa próprios e terceirizado, veículos e horas extras dos servidores.

Prefeito de Vale do Sol, Maiquel Silva (à esq.): situação de alerta para escassez de água destinada ao consumo

Sinimbu
Nas últimas semanas, Defesa Civil municipal, secretarias, Emater e Afubra atuaram no levantamento de dados para dimensionar os prejuízos causados pela falta de chuva. Nas lavouras, as perdas são significativas na produção de milho, soja, feijão, tabaco e pastagens. Ainda de acordo com o relatório, as perdas das safras de culturas e atividades agropecuárias estão estimadas em mais de R$ 35 milhões. O município já iniciou racionamento, com o abastecimento sendo interrompido em determinados períodos.

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Encruzilhada do Sul
Na zona rural a deficiência hídrica é severa: há desabastecimento de água para o consumo humano e animal, córregos e sangas estão secando e o Rio Camaquã está com nível baixo e diversos locais de assoreamento. Os prejuízos na agricultura também são grandes nas lavouras e principalmente na pecuária. A grande diferença nesta estiagem são as altas temperaturas, que já ocasionam deficiência alimentar, pois os cultivos de subsistência foram comprometidos. 

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Venâncio Aires
Segundo dados da Emater, os prejuízos na produção agrícola já passam de R$ 40 milhões de reais em Venâncio Aires. As perdas são consideradas irreversíveis e atingem cerca de 1.500 famílias. A falta de chuva prejudica, segundo relatório, as culturas do milho, tabaco, bovinos de corte, soja, bovinos de leite, arroz, olerícolas, moranga, feijão e pastagens. Mais de nove mil hectares de fumo foram atingidos, com perda estimada em quase 15%. A prefeitura estima que os produtores vão deixar de receber R$ 31 milhões, o que também vai afetar a economia urbana.

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Pantano Grande
O levantamento assinala que o município está há cerca de 30 dias sem a ocorrência de chuvas consideráveis, o que prejudicou a germinação das plantas. Além das perdas na agricultura, o setor de pecuária deve registrar diminuição da produtividade. Segundo o relatório, Pantano Grande poderá ter perdas superiores a R$ 46 milhões na agricultura e cerca de R$ 2,3 milhões na pecuária. No período de novembro a dezembro, o acumulado de chuvas foi de somente 120 milímetros, muito abaixo do necessário para que a produção não sofra prejuízos.

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Mato Leitão
O prejuízo financeiro em diversas atividades agrícolas de Mato Leitão supera o montante de R$ 10,3 milhões, envolvendo mais de 450 famílias. A estiagem atinge milho, soja, tabaco, bovinos de corte, produção de leite, pastagens, hortaliças e ainda o abastecimento de água para animais em diversas propriedades. Na cultura do milho (grão e silagem), em cerca de 2,5 mil hectares, o dano é estimado em 45%, com estimativa de perda em R$ 7,5 milhões. Outra atividade com sérios problemas é a produção de leite, cuja previsão de prejuízo chega a R$ 930 mil. Com a perda das pastagens e grande parte da silagem de milho, a alimentação do rebanho está comprometida. As altas temperaturas das últimas semanas causaram queda brusca de produção no rebanho, o que determina quebra atual ao redor de 30%.

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