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Um robô vai te atender

O ambiente dos empregos e a prestação de serviços estão na iminência de passar por mudança drástica, em questão de poucos anos. Os estudiosos denominam esse panorama de Indústria 4.0. É, em suma, o trabalho marcado pela arrojada automação, a partir da qual robôs e equipamentos farão o que era executado por pessoas.

Esse movimento já pode ser testemunhado na prática em países desenvolvidos, do Japão à Europa, nos quais a população estabiliza ou inclusive diminui. O professor de Economia Paul Feldmann, no caderno “Ilustríssima”, da Folha de S. Paulo de domingo, citou que na Alemanha pizza de uma rede de restaurante é entregue por robô.

O diferencial em relação a revoluções anteriores no trabalho é que agora não são empregos que requerem menor formação que serão afetados. Serão atingidos os da classe média, de áreas especializadas, as quais um robô pode executar com mais rapidez e eficiência, com nível quase zero de erro. E, óbvio, com a vantagem de não ter 13º salário, licenças ou férias, e muito menos fazer greve.

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É difícil imaginar quais e quantas profissões ou funções tendem a desaparecer, ou ter reduzidas as vagas para pessoas. Tudo aquilo que, a princípio, uma máquina poderá fazer, seja um robô ou não, mais dia menos dia será mesmo feito por ela. E essas máquinas ganham espaço e se impõem na sociedade porque esta se encontra particularmente ocupada em aumentar lucros, com a alta produtividade que a automação sugere. Por trás de tudo não está exatamente a qualidade de vida, mas a relação “custo menor-ganho maior” das grandes empresas.

Ou seja, nesse processo importa pouco o impacto social de milhares ou milhões de desempregados. Num ambiente de livre iniciativa capitalista, isso já não é questão com a qual um empregador se ocupará, e sim o governo. E este de fato não precisa ver com maus olhos a automação. Desde que (desde que) saiba providenciar a distribuição justa e equilibrada de renda entre todos. Inclusive entre os que perderão seus empregos, em nome da máquina que agora os substituirá. É o que fazem os países desenvolvidos, nos quais o cidadão que perdeu o emprego ou nem conseguiu ingressar no mercado de trabalho tem, por cláusula pétrea de Constituição, resguardada a sua plena subsistência.
E ela será obtida também com os impostos a serem pagos pelos empresários que agora terão muito mais lucros e dividendos com a automação. Ou seja: o robô trabalharia não apenas para a satisfação e para o aumento da renda do empresário; trabalharia inclusive para ajudar a manter o cidadão que ele próprio (o robô) expulsou do mercado de trabalho. Em países desenvolvidos até que funciona bem. Resta saber como tudo se daria por aqui, em realidade de Brasil. Que a automação chegará, como todo avanço tecnológico, é claro que chegará. Avaliar com alguma antecedência e devida previdência esse contexto deveria ser preocupação de cada pessoa – e, obviamente, do governo e da sociedade como um todo.

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