A sétima arte ganha os holofotes em Santa Cruz do Sul no 6º Festival Santa Cruz de Cinema. Curtas-metragens consagrados em mostras de filmes nacionais e internacionais são alguns dos destaques do primeiro dia de evento, que começa nesta terça-feira, 24, no auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A entrada é gratuita.

A abertura oficial ocorre às 19 horas e terá a participação dos atores Rafael Tombini e Maiara Fantinel. Em seguida, o público poderá assistir a sete curtas-metragens, com a oportunidade ainda de conversar com os realizadores das obras. Cada filme será avaliado pelo júri do festival, formado pela jornalista Alice Urbim, pela diretora Ane Siderman, pela produtora Dani Fogliatto e pelo ator Nando Cunha.

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Cerca de 200 alunos de seis escolas estarão presentes no auditório da Unisc – com capacidade para mais de 700 pessoas – para acompanhar a primeira noite do evento. Após a exibição dos curtas-metragens, a primeira noite encerra-se com uma festa no Barbudas Bar, que terá a presença do Forró do Zé, prevista para as 22h30.

A mostra competitiva vai até quinta-feira, junto com a realização de oficinas e festas todas as noites. Na sexta-feira, serão anunciados os ganhadores do festival, junto com a entrega do Prêmio Tuio Becker ao ator Thiago Lacerda e a homenagem à atriz Hermila Guedes.

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Recorde

O Festival Santa Cruz de Cinema chega à sexta edição batendo recorde de inscrições, totalizando 695 obras de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal. Destes, 18 foram selecionados pela curadoria para competir na Mostra Nacional e concorrer ao Troféu Tipuanas, em 13 categorias.

“Com certeza será uma grande edição. A cada ano o festival cresce e supera os números anteriores”, destaca um dos organizadores, Diego Tafarel. “A seleção de filmes está muito bonita e representativa, com filmes de todo o Brasil, que já circularam em grandes festivais e que agora vão estar sendo exibidos aqui.”

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Oficina de atuação

Além da exibição dos curtas-metragens, o primeiro dia de festival terá uma oficina de atuação com o ator Fred Vittola. As inscrições já estão encerradas. Fred possui graduação em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e no Teatro Escola de Porto Alegre (Tepa). O gaúcho participou de três longas-metragens e cinco curtas, além de estar presente em séries, incluindo Desalma e Rota 66, da Globoplay.

Saiba mais

O Festival Santa Cruz de Cinema é realizado por Sesc – Unidade Fecomércio, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Pé de Coelho Filmes. O evento possui Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com patrocínio de JTI, Prefeitura de Santa Cruz do Sul e Corsan RS. Conta, nesta edição, com o apoio institucional da Locadora Filmes do Bem.

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Os curtas

A primeira noite terá a exibição de sete curtas-metragens de diversos estados brasileiros, incluindo Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rondônia, São Paulo e Rio de Janeiro. Confira:

Já é Tarde, de Luís Alexandre (Mostra Olhares Daqui)
Produzido em terras santa-cruzenses, o curta conta a história de Jéssica, que, após um tempo sem ver seus amigos, vai ao aniversário de um deles. No decorrer da festa, surgem questões sobre amizade e envelhecimento.

Buscapé, de Fred Luz (RS)
Vinte anos após o lançamento de Cidade de Deus (considerada uma das produções cinematográficas brasileiras mais importantes da história da sétima arte), o diretor Fred Luz assume a responsabilidade de continuar a história iniciada em 2002 por Fernando Meirelles em curta-metragem de 14 minutos. O longa original recebeu quatro indicações ao Oscar e foi eleito recentemente o segundo filme estrangeiro mais assistido no mundo. Os atores Alexandre Rodrigues e Edson Oliveira revivem os papéis de Buscapé e Barbantinho, respectivamente, após duas décadas. Buscapé, agora fotojornalista profissional, acompanha um evento especial da comunidade e se depara com uma descoberta que dará início a uma investigação.

Remendo, de Roger Ghil (ES)
Vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado, conta a história de Zé, um homem preto de meia idade proprietário de uma oficina de eletrodomésticos na periferia de Vila Velha. Em busca de amor, sua vida muda quando uma nova inquilina chega no prédio de sua mãe. Zé recorre a divindades para tentar resolver seus problemas amorosos e sua autoestima. No caminho, precisa enfrentar os traumas invisíveis do colonialismo para encontrar um novo tipo de liberdade. Com duração de 20 minutos, a obra estreou mundialmente no 52º Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, na Holanda.

Sabão Líquido, de Fernanda Reis e Gabriel Faccini (RS)
Dirigido por Fernanda Reis e Gabriel Faccini, o curta, com 21 minutos de duração, narra a história de um homem que é transportado ilegalmente para o interior do Rio Grande do Sul. Em solo gaúcho, isolado no meio da mata, precisa trabalhar na falsificação de sabão líquido. Lá, o protagonista ressignifica sua solidão. 

Coletânea de Histórias Extremamente Curtas, de Pedro Villaça (SP)
Em 11 minutos, o curta-metragem conta 27 histórias com um fator em comum: período extremamente breve de duração. O público testemunha desde o melhor truque de mágica de todos os tempos a um homem que não conseguia chorar. 

Travessia, de Gabriel Lima (RJ)
Filmado em um veleiro francês, que serve como pano de fundo da história, Travessia lida com questões humanas, do medo à vulnerabilidade e ao desconforto. Na trama, de 15 minutos, Elis e Vicente (vivido pelo ator Caio Blat) compartilham o mesmo espaço em tempos diferentes. O curta foi selecionado para o Short Film Corner do Festival de Cannes.

Ela Mora Logo Ali, de Rafael Rogante e Fabiano Barros (RO)
Vencedor de prêmios em diversos festivais brasileiros, o curta mostra a história de uma vendedora de bananas fritas de uma cidade da região da floresta amazônica. Sua rotina é alterada após conhecer uma jovem leitora no ônibus no caminho de volta para casa. Ela decide iniciar uma nova jornada de descobertas e sonhos e o desafio de encontrar o livro preferido de seu filho.

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