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INFLAÇÃO

Custo de vida dos mais pobres ficou 1,2% mais caro que o dos ricos no último ano

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

Santa Cruz do Sul subiu no ranking do Idese

Que a vida dos pobres no Brasil não é nada fácil, parece ser consenso. Existe, no entanto, um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que comprova o quanto os aumentos de preços pesam para cada classe econômica. Em fevereiro, a inflação na faixa dos que têm a renda elevada foi mais expressiva, pulando de 0,34% em janeiro para 1,07%. Contudo, o acumulado dos últimos 12 meses mostra que o custo de vida teve maior elevação para quem possui menor renda, com 10,9%, ante 9,7% dos mais abastados.

A economista Cintia Agostini explica que a definição do quanto varia a inflação entre as classes é calculada conforme os hábitos de consumo. As famílias com renda mais baixa sentem maior pressão inflacionária quando os aumentos estão concentrados em alimentos e bebidas. Já o período de reajustes nas mensalidades escolares e cursos extracurriculares, habituais no início do ano, reflete mais no bolso de quem tem maior rendimento.

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O levantamento referente ao segundo mês de 2022 mostra que houve, no País, acréscimos nos cereais, farináceos e panificados, como feijão (9,4%), farinha de trigo (2,8%), biscoito (2,3%), macarrão (1,1%) e pão (1%). Os preços dos alimentos in natura, como batata, cenoura e repolho, que tiveram reajuste superior a 20%, ajudam a explicar a curva da alta do custo de vida para quem é mais pobre.

Por outro lado, o período de retorno das aulas fez com que a educação representasse o maior foco inflacionário em fevereiro, entre os ricos. Só não foi maior porque houve deflação de planos de saúde, passagens aéreas, etanol e gasolina, que teve revés em março, mas ainda não integra a pesquisa; assim como os farináceos, que apontaram aumento expressivo em decorrência da guerra no Leste Europeu.

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O aumento de fevereiro não reflete o desempenho do ano. “Invariavelmente, os pobres sempre são mais atingidos, porque a maior parte da renda é usada para consumo de subsistência. No caso dos ricos, a fatia de renda para transporte, alimentação e habitação é uma parte da receita. No caso do pobre, é quase tudo”, explica.

As causas

A alta dos preços é sentida pelos pobres, ressalta Cintia, pelos mais diferentes motivos, como a pandemia, que gera característica inflacionária mundial. Ela acrescenta os problemas domésticos, como a lógica da matriz tributária brasileira – em que todos pagam pelo consumo –, que é algo que pode ter a interferência do poder público. “Isso sempre bate mais em quem tem menor renda”, aponta. Em alguns casos, porém, as questões são mais difíceis, como a deficiência hídrica, que tem afetado o preço da energia elétrica e o desempenho do setor primário.

As faixas de renda

O instituto divide a pesquisa em renda muito baixa, com rendimento inferior a R$ 1.808,79; renda baixa, entre R$ 1.808,79 e R$ 2.702,88; média baixa, R$ 2.702,88 a R$ 4.506,47; renda média, entre R$ 4.506,47 e R$ 8.956,26; renda média alta, entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49; e renda alta, acima de R$ 17.764,49.

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Saída é pesquisar e substituir produtos

Clarissa Leal Prestes tem 30 anos e é mãe de três filhas. Moradora do Loteamento Viver Bem, em Santa Cruz do Sul, ela percebe a cada compra os aumentos no custo dos produtos, que têm motivado mecanismos para conter os gastos. Ela aponta alguns itens que são essenciais e pesam no bolso, como café, óleo de soja, arroz e carne.

A opção, conta, é promover a substituição por concorrentes de valores menores ou outros produtos. Para a carne bovina, a alternativa é a de suíno ou frango. “Existem casos em que as marcas mais baratas são muito ruins. Daí somos obrigados a pegar as mais caras, mas sempre que é possível eu troco, nem que seja por um ou dois centavos mais barato”, afirma. Cita o exemplo da fralda, que a filha mais nova utiliza. Entende que não dá para trocar por qualquer uma.

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A dona de casa sente no dia a dia a influência da inflação apontada pelo Ipea. Exemplifica que a ida às compras rendia mais produtos com determinado valor. “Agora, você vai no mercado com R$ 100,00 e volta com duas sacolinhas”, diz. Como auxílio para minimizar esse efeito, utiliza as práticas de fidelização criadas pelas empresas mercadistas, como o cadastro de clientes, que oferece desconto em determinados itens.

Clarissa: preferência pelos mais baratos | Foto: Alencar da Rosa

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