As obras de ampliação e revitalização do calçadão da Marechal Floriano foram debatidas pelos associados da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Santa Cruz do Sul (Seasc) na manhã dessa terça-feira, 25. Durante a reunião na sede da entidade, os profissionais também se manifestaram a respeito do tombamento de quatro tipuanas.
Duas árvores se inclinaram sobre um estabelecimento comercial 14 dias após o início das intervenções na quadra entre a 28 de Setembro e a Júlio de Castilhos. Seis dias depois, outras duas acabaram caindo sob outra edificação.
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Diante dos incidentes, os engenheiros e arquitetos que integram a Seasc defenderam a necessidade de elaboração de um plano de arborização para Santa Cruz. A medida é uma demanda antiga do Conselho Municipal do Meio Ambiente, que tenta implementá-la há quase uma década.
Na avaliação do engenheiro eletricista Fábio Azevedo, vice-presidente do conselho, embora o município tenha leis com determinações claras, carece de planejamento para o cultivo de novas árvores. Conforme o profissional, a cobertura vegetal de Santa Cruz tem diminuído ao longo dos anos, enquanto deveria estar aumentando. “É para isso que serve o plano. Com ele, podemos arborizar outros espaços para além do Túnel Verde, beneficiando todo o município”, destacou Azevedo.
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A presidente da Seasc, Juliana Duré, também defendeu a elaboração do plano. “Se não pensarmos nisso agora, poderá se tornar um problema no futuro. Sem um plano com orientações não é possível, por exemplo, saber como será feita a substituição das tipuanas que precisam ser removidas. Isso é fundamental”, justificou.
Segundo ela, essa e outras sugestões serão encaminhadas para a administração municipal por meio de um ofício. Os integrantes da entidade também defenderam a realização de podas nos exemplares que constituem o Túnel Verde no trecho em obras, para evitar novas quedas. Contudo, destacaram que elas precisam ser feitas corretamente, para evitar ainda mais danos e riscos.
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Debate sobre projetos de interesse público
Durante a reunião, os associados da Seasc sustentaram a necessidade de trazer projetos como o do calçadão, que são do interesse da comunidade, para a discussão pública. Além disso, os arquitetos e engenheiros da Seasc se colocaram à disposição da Prefeitura para contribuir no debate dos projetos que são de interesse da população.
“Temos profissionais dispostos a ajudar, assessorar e planejar alternativas. O intuito é que possamos prever certos problemas e encontrar soluções antes que eles venham a ocorrer”, frisou a presidente da entidade, Juliana Duré.
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Conforme a arquiteta e urbanista, a sociedade tem participado dos debates junto ao Conselho de Meio Ambiente em relação à retirada das tipuanas que estavam previstas no projeto. E defendeu a modificação dos planos iniciais para manter as árvores sem que a acessibilidade seja prejudicada.
A Seasc ainda enviou um ofício concordando com a retirada das árvores que estão comprometidas. “Entendemos que a segurança é importante, até porque já ocorreram situações de risco e que prejudicaram o comércio”, salientou a presidente.
Vereador propõe audiência pública sobre arborização
O Túnel Verde também foi tema na Câmara de Vereadores de Santa Cruz. Durante a sessão de segunda-feira, o vereador Alberto Heck (PT) solicitou, por meio de requerimento, uma audiência pública para tratar da arborização urbana no município.
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A proposta se deve à possível remoção das tipuanas que vieram a ceder no trecho em obras na Marechal Floriano. Para o político, é necessário debater a preservação da área.
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Além disso, solicitou, por meio de uma indicação, que o poder Executivo declare o Túnel Verde como Patrimônio Ambiental, Paisagístico e Turístico de Santa Cruz mediante lei específica. O objetivo é consolidar a preservação e a proteção das árvores.
Heck destacou que, além de ser um cartão-postal do município, as tipuanas contribuem para o bem-estar da população. Em meio à onda de calor que afeta o Estado, a cobertura verde formada pelas árvores na Marechal Floriano ameniza as altas temperaturas e proporciona conforto térmico. É também responsável por abrigar aves e outros animais silvestres, reforçando o papel ecológico da alameda.