Como estamos chegando ao dia 5 de junho, data mundialmente consagrada ao meio ambiente? O cenário aponta para os extremos climáticos, para aqueles que reiteradamente embarafustam pelas brechas das normas e sempre acabam encontrando um jeito de implantar mais uma obra em áreas ambientalmente sensíveis, para o sofrimento dos refugiados e vulnerabilizados ambientais, para os animais que são pirateados e perdem seus habitats, para as plantas que sucumbem às motosserras, para as águas que se obrigam a extravasar de seus leitos, para a fumaça das queimadas que empestam a atmosfera, para a insistência em seguirmos usando petróleo e carvão, para a mineração inescrupulosa, para os mísseis lançados sem dó nem piedade, para os mandatários que preferem ignorar as mazelas ambientais, para os que negam o aquecimento global, para o degelo das calotas polares, para os que enxergam a natureza apenas como fonte de dinheiro, para as flexibilizações… Sim, a lista se alonga perigosamente.
LEIA TAMBÉM: Cinturão das águas
Assim, ao avaliarmos o panorama, enquanto processo em curso, somos tomados por um profundo sentimento de dor, quando não de incontida impotência frente a tudo que tem realmente acontecido e segue ocorrendo. Porém, retornemos à pergunta acima, agora mais direta: como cada um de nós chega ao dia 5 de junho? Quem sabe você acrescente diversas outras situações, talvez até mais relevantes. Todavia, se temos muito a lamentar em termos de mazelas e degradações, podemos assegurar que o empenho em favor da natureza, à qual pertencemos intrinsecamente, também se revela arrebatadoramente encantador, até porque a convicção otimista de estarmos a caminho, sem desconhecer as derrotas avassaladoras, nos move convictamente.
Publicidade
Se mais não fosse, olhemos para o futuro também a partir de nossas vitórias, até porque, ao nos quedarmos inertes, conformados, desmotivados ou até derrotados, o que poderemos transformar? Transformar para proporcionar aos que estão nascendo hoje e amanhã um cenário muito melhor do que o atual. Temos condições para isso, até porque muitas ações positivas vicejam promissoras. Assim, façamos a diferença, inclusive a favor daqueles que, neste momento, não nos entendam. Mesmo quando desconsiderados, desconstituídos ou invisibilizados, levantemos, corajosamente, nossos olhos para o horizonte. De lá virá o som das silenciosas palmas oxigenantes, ofertadas pela natureza que nos vê como filhos, ainda que pródigos. Portanto, sem ignorar o muito que há por ser transformado, a partir da atitude proativa de cada um de nós, que resposta pretendemos à pergunta inicial no dia 5 de junho de 2026 e dos anos vindouros?
LEIA TAMBÉM: Bem-vindo, Augusto!
Literatura e meio ambiente
Neste dia 5 de junho, a partir das 19 horas, estaremos reunidos na Casa das Artes Regina Simonis para tratar da temática Literatura e Meio Ambiente, numa promoção da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul. Na oportunidade, Grace Harteming e Francine Stringuini nos brindarão, generosamente, com sua música. Contamos com sua honrosa presença.
Publicidade
Semana do Meio Ambiente
Aproveitamos para cumprimentar as pessoas, instituições e coletivos que vêm realizando uma bela e profícua semana do Meio do Ambiente. A natureza nos convoca em solidária, multilateral, incluidora e corresponsável urgência.
Chega de flexibilizações
Aprovar o PL 2.159/2021 é atentar contra o futuro. Flexibilizar a legislação e desorganizar o sistema licenciatório brasileiro demonstra o quanto estamos longe de compreender que sem natureza preservada não existe desenvolvimento sadio.
LEIA MAIS TEXTOS DE JOSÉ ALBERTO WENZEL
Publicidade