O protagonismo feminino está cada vez mais presente em todas as áreas e na agricultura familiar não poderia ser diferente. Muitas vezes são elas que estão à frente dos negócios, conduzindo a atividade e pensando em novas alternativas para incrementar a renda. Foi assim na aula de abertura do curso de fabricação de queijos que, nesta terça-feira, 27, reuniu 13 alunas nas dependências do Banco de Alimentos, junto à Coopersanta. A iniciativa é da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sindicato Rural, e tem apoio do Sicredi.

Durante quatro dias, em um total de 32 horas, as participantes vão aprender a dominar as técnicas para produção dos mais diferentes queijos, como minas frescal, prato, colonial, ricota, minas meia cura, mussarela e provolone. “Vamos começar com a parte teórica situando eles no mundo do leite, falando sobre a qualidade do produto, as características, o que é importante para se produzir um bom queijo e depois passaremos para a parte prática”, esclareceu o médico veterinário do Senar e instrutor do curso, Cláudio Rocha.

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A capacitação vai instrumentalizar os produtores para fabricar os queijos mais consumidos e mais fáceis de fazer. Para produzir artesanalmente para consumo próprio, Cláudio explicou que são necessários poucos utensílios, como termômetro, panelas, facas, fornos e prensa e o investimento inicial é pequeno. “O processo é simples, é uma alquimia. Tem o leite, o fermento e o coalho, quando junta os três e fornece as condições para a coalhada, a partir daí, com o emprego de uma metodologia, a gente pode ter o que quiser”, disse.

Estão participando do curso, agricultores familiares das localidades de Alto Paredão, São José da Reserva, Rio Pardinho, Linha Saraiva, Cerro Alegre Baixo e até das vizinhas, Vera Cruz e Passo do Sobrado. A maioria já trabalha com gado leiteiro em suas propriedades e possui matéria prima para fabricar o produto. É o caso da empreendedora Márcia Andréa Sebeneichler Drissig, proprietária do Recanto Aromas dos Montes, em Monte Alverne.

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Na propriedade, que já está na família há seis gerações, ela, mais duas irmãs e os pais trabalham com a produção de lavandas e, aos finais de semana e feriados, abrem a propriedade para visitação, ensaios fotográficos e eventos diversos. “A gente serve café na colônia e temos queijo colonial e aromatizado com lavanda. Minha mãe a vida inteira trabalhou com gado leiteiro, já faz queijo há muito tempo e agora eu quero aprender para melhorar a qualidade e também a quantidade, aprender outros condimentos, afinal é um produto que faz parte da cultura alemã”, conta.

Para o secretário municipal de Agricultura, Zeno Assmann, o curso é uma oportunidade para que os produtores se capacitem na fabricação de queijos, adquirindo conhecimentos em segurança alimentar, adotando boas práticas para evitar a contaminação e obtendo ao final do processo um produto de qualidade, tanto para consumo próprio quanto para comercialização. “A gente tem que plantar a semente, todo começo é difícil, mas se outros municípios têm condições de produzir queijo, nós também temos.”

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