Uma das principais escritoras contemporâneas em atividade no Rio Grande do Sul, a romancista Valesca de Assis, vai estrear coluna quinzenal nas páginas da Gazeta do Sul na edição do próximo final de semana, 5 e 6 de julho. Em vias de completar 80 anos no próximo dia 14 de outubro, ela é uma das grandes referências da literatura feminina na atualidade, autora de crônicas e narrativas ficcionais nas quais tematiza o universo das mulheres e também momentos marcantes da história regional e nacional.
Valesca é filha de Tilly Francisco dos Santos e de Isolde Rech. Seu pai era natural de Dom Pedrito e havia sido transferido para atuar junto à Exatoria em Santa Cruz, onde conheceu a futura esposa. Quando se casaram, mudaram-se para Iraí. De lá, viajaram para ficar junto dos familiares maternos por ocasião do nascimento da primeira filha. Valesca tem dois irmãos, um morando em São Paulo e outro em Porto Alegre. Para Santa Cruz vinha com frequência nas férias e para visitar parentes. Um de seus tios, Fritz, era proprietário do tradicional Bazar Rech, na Rua Marechal Floriano.
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Por volta dos 11 anos, fixou-se em São Leopoldo, na casa de familiares, a fim de dar seguimento aos estudos. Aos 17 foi morar em Canoas, e ingressou no curso de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Formada, atuou no Magistério, até a aposentadoria. É casada com o também professor e escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, renomado romancista e coordenador de importante oficina de criação literária junto à PUCRS.
Valesca igualmente conduz uma oficina de desbloqueio criativo, em paralelo à sua produção literária. Que se iniciou em 1989 com a novela A valsa da medusa, ambientada nos primórdios da colônia alemã de Santa Cruz, em meados do século 19.
Em outubro de 2023, em entrevista para a jornalista Heloísa Poll, publicada no suplemento Elas, da Gazeta do Sul, Valesca falou sobre suas expectativas. “Gostaria que nos tornássemos cada vez mais humanos, generosos. E acreditássemos em nossas possibilidades, sem precisar ferir os outros”. E deixou dicas para quem deseja escrever. “Sugiro que leiam, que tentem escrever sobre a cultura em que vivem, e sobre outras, talvez mais fascinantes. Nossas leituras nos darão raízes, nossos escritos serão asas. A literatura, de certo modo, está aí para apontar possibilidades existenciais.”
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A autora ganhou vários prêmios por seus livros, e em 2017 foi eleita pela Câmara Rio-grandense do Livro (CRL) como patrona da 63ª Feira do Livro de Porto Alegre, uma das principais do País. Entre suas obras, destaque ainda para as narrativas A colheita dos dias, Harmonia das esferas, Vão pensar que estamos fugindo! e A ponta do silêncio. Em 2016. Valesca lançou um volume de contos, Apanhar do chão, pela Editora Gazeta.
Agora, suas crônicas poderão ser lidas regularmente pelos leitores da Gazeta do Sul, em inserção quinzenal, nos mesmos finais de semana nos quais circula a coluna de José Alberto Wenzel, seu colega da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul.
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