Nas últimas colunas, citamos o nome antigo de uma região da cidade chamada Três Barulhos. A pedido de leitores, fomos atrás da origem dessa denominação peculiar.
A localidade ficava no Norte da cidade, região mais tarde conhecida por Vila Verena, hoje pertencente ao Bairro Santo Inácio. Como não havia uma delimitação oficial, é difícil definir a área. Mas ela começava nas imediações da Igreja Santo Inácio e se estendia até os altos da Rua Gaspar Silveira Martins, onde fica a Casa de Retiros. Mas antigos moradores da Gaspar e adjacências, próximos à Coronel Oscar Jost, também reportavam-se como residentes no Três Barulhos.

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Mesmo apítico, o nome constava em correspondências e endereços comerciais. A origem é controversa, mas a versão mais popular é de que três irmãos viviam brigando e fazendo algazarras no bairro. Quando iniciava o “quebra-pau”, os vizinhos comentavam: “Os três barulhentos estão começando!” Três barulhentos virou Três Barulhos.
Hipótese curiosa me foi relatada pelo leitor Luiz Hoffmeister. Disse que Manuel Gil (já falecido) contava que o nome surgiu após a transferência da Usina de Luz Elétrica para a Rua Coronel Jost, onde hoje fica o Centro Administrativo da Prefeitura. Gil, que seguidamente fazia a manutenção do complexo, explicou que um dos quatro cilindros do motor da usina, que funcionava com gasogênio, apresentou defeito e precisou ser isolado.
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Para que continuasse operando, foram feitas alterações no equipamento. Nessas condições, com rotação reduzida, o motor demorava para “pegar”. Ao ser dada a partida, cada um dos três enormes cilindros apresentava uma explosão (puff!… puff!…. puff!…), que podia ser ouvida de longe. Esses estouros teriam gerado o topônimo Três Barulhos.
Outra possibilidade: no Arroio da Gruta havia uma cascatinha que caía sobre três degraus, fazendo três barulhos. Existia ainda a versão da maria-fumaça. Quando ela se aproximava da Ferroviária, no final da tarde, o maquinista acionava o apito de ar três vezes. Mesmo distantes do Centro, os moradores escutavam e alguém já gritava: “Olha os três barulhos! Hora do chimarrão!”.
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