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astor wartchow

Ilusões

“A frustração das expectativas políticas (nutridas pelos militantes partidários e pelo povo) e a histórica evaporação das esperanças depositadas nas urnas parecem ser uma sina, uma danação, uma praga brasileira.

Regra geral, uma vez no poder, os partidos e seus representantes acomodam-se de tal modo que esquecem o conjunto das promessas e das responsabilidades públicas. (…) confirmam que não tinham um projeto de governo. Apenas um projeto de poder.

Esses fenômenos de transformação da essência partidária e ideológica não são novos. (…) Entretanto, em comum e em qualquer época, os partidos têm alguns filiados e simpatizantes que supõem que sempre resta uma possibilidade de retomada do caminho e da vocação original.

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Seria a mudança/revolução por dentro. Embora possa significar uma estimativa, trata-se, infelizmente, de uma ilusão de ótica e de ação, de um desejo que não resiste à realidade. Afinal, as estruturas partidárias são extremamente “sensíveis” à influência, aos benefícios e às regalias do poder. Não são sensíveis aos idealismos!

Na verdade, reina um clima de salve-se quem puder nos partidos, isto é, quem está dentro, está dentro e pode se dar bem. Basta não incomodar. Em suma, sucedem-se compromissos e trajetórias históricas e populares comprometidas pela ambição, soberba e arrogância.

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Começa-se com pequenas concessões e acaba-se em grandes escândalos. E belas páginas de um partido vão para o ralo da história maior. A lastimar nesse processo de pauperização da prática política, é que, regra geral, muitos inocentes tombam no caminho implacavelmente.

Mas tombam também as ideias e as esperanças, cada vez mais escassas, e crescem as descrenças e as desconfianças nas possibilidades de superação de nossas contradições sociais através desse modelo de processo político-eleitoral.

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À medida que a utopia e a paixão dão lugar à compreensão acerca das fraquezas humanas e das vocações autoritárias dos grupelhos políticos, aprendemos a sentir o amargo sabor da verdade e da realidade.

O que não significa que devamos abafar e sepultar os nobres sentimentos e desejos que alimentamos em nossas consciências, sobretudo em torno de um senso de justiça social, nem diminuir nosso empenho e participação comunitária.

A aprender, é que na política, como no amor, por conta de nossa idealização, demoramos em ver os defeitos de nosso objeto amoroso.”

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O texto acima foi publicado em junho de 2007. Pergunto: hoje, evoluimos? Estagnamos? Retrocedemos? Resumo: o que já era urgente, mais do que nunca, tornou-se inadiável.

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