O Dia da Consciência Negra foi lembrado pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Guido Herberts, no Bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul. O assunto foi trabalhado nas turmas do sexto ao nono ano de forma transversal. A iniciativa transformou-se em uma produção de cartazes, na confecção de uma árvore de Natal antirracista e em uma apresentação especial realizada nesta quarta-feira, 19.
A atividade foi liderada pelo professor de História, Eder da Silva Silveira. A didática adotada foi a de trilhas da consciência negra. Segundo ele, os conteúdos da história e da cultura afro aparecem no componente programático de forma transversal ao longo do ano. Contudo, houve um planejamento especial para a data. Os professores trabalharam com manuais de educação antirracista publicados recentemente por ONGs e pelo movimento negro, principalmente sobre os diferentes tipos de racismo, como recreativo, institucional, estrutural e ambiental, entre outros. Neste contexto, os estudantes produziram cartazes.
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Outro momento da trilha foi sobre personalidades negras e suas histórias de vida. Negros e negras que tiveram trajetórias inspiradoras de luta e de resistência em variados segmentos como educação, esporte, entre outras áreas. Deste conteúdo desenvolvido, os alunos puderam organizar uma exposição sobre mulheres negras inspiradoras. Além disso, surgiu a proposta de uma árvore de Natal antirracista. Cada personalidade ilustrou uma das bolinhas colocadas no ornamento.
A trilha ainda previu o estudo da contribuição da cultura africana para a identidade brasileira, além de outras áreas como a música, a ciência, o esporte e a língua portuguesa. A última parte do roteiro foi direcionada aos vídeos, para trabalhar os tipos de racismo. Por meio de curta-metragens, os professores buscaram conscientizar os estudantes sobre as desigualdades sociais e a problemática do racismo desde o período pós-abolição. “O Brasil foi o último país a abolir a escravidão. Carregamos marcas desse período. Ao mesmo tempo, precisamos fugir um pouco desse vício de centralizar na questão da escravidão. A escravidão atravessa esse processo e o que a gente fala decorre também desse processo. Mas é importante trabalhar a contribuição das diferentes culturas e idiomas africanos para nós, trabalhar a história da cultura afro-brasileira, trabalhar a questão da educação antirracista, principalmente para fortalecer o antirracismo, situações muitas vezes que podem ocorrer de bullying, no caso específico do racismo recreativo, por exemplo”, detalhou Silveira.
Árvore de Natal como símbolo

Durante as enchentes que assolaram o Bairro Várzea em 2024, um dos itens levados pela água foi a árvore de Natal da escola. Como um símbolo, a nova árvore recebeu a temática antirracista na decoração para marcar o Dia da Consciência Negra.
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Aluna do nono ano, Lauren Franco Schuh, de 14 anos, contribuiu com uma das bolinhas que homenageavam personalidades negras, como Nelson Mandela, Martin Luther King e outras mais próximas da geração atual como Rebeca Andrade e Beyoncé. “Aprendi muito sobre coisas que a gente não percebe sobre o racismo. Aprendi sobre a luta das pessoas negras para estudar, para ter um lugar na sociedade. As atividades foram muito divertidas. É uma forma mais legal para aprender”, disse.
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Roda de capoeira
Nas aulas de Educação Física, a professora Marilei Soares Grigoletti trabalhou a capoeira como elemento essencial da cultura afro-brasileira. Ela observou um engajamento dos estudantes com a temática. Ao longo do ano, Marilei valoriza as influências culturais presentes nas modalidades esportivas.
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“Eles pesquisaram sobre a capoeira. Buscaram a origem do jogo, da dança. Conseguimos os instrumentos para tocar. É algo que faço desde 2023 e agora está inserido neste projeto maior da escola. Estamos todos muito felizes com o resultado”, comentou.
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