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coronavírus

A rotina daqueles que não podem parar

Foto: Rafaelly Machado

Caminhões receberam bicas de água e detergente líquido para a higiene das mãos

Em meio à pandemia provocada pelo coronavírus, os serviços de coleta de lixo e de materiais recicláveis e de telentrega tornam-se ainda mais imprescindíveis. Sem poder parar suas atividades, estes profissionais que saem às ruas em favor do bem-estar social estão mais vulneráveis ao risco de contrair o vírus. Com a cidade de Santa Cruz do Sul em quarentena e muitos estabelecimentos fechados – shoppings, restaurantes, bares e pizzarias –, a opção dos empresários para manterem pelo menos parte das operações é o delivery e o drive-thru.

No Restaurante Comabem, que servia diariamente em torno de 350 almoços, as portas estão fechadas ao público. Os atendimentos funcionam somente por delivery. O proprietário Jair Bublitz afirma que por dia são 100 entregas e o serviço é feito pelos próprios garçons do estabelecimento. Na porta do restaurante, outras 60 marmitex são entregues durante o horário de almoço. “É muito triste esta situação. Nosso faturamento caiu drasticamente. Se continuar assim, não teremos como manter muitas coisas”, comenta. Do quadro de 16 funcionários, 12 seguem as atividades. Dos demais, dois são do grupo de risco e outros dois tiveram que ser desligados.

No Miller Supermercados, o serviço de televendas que funciona junto à filial da Independência registrou um aumento de 300% na procura. Conforme a analista de marketing Elisa Trincks, o serviço, que sempre existiu, mantém o mesmo valor das taxas de entrega. “Antes a média de pedidos era de 30 por dia, atualmente está em torno de 120, sendo a maior parte para clientes idosos.”

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Coleta de lixo ocorre com série de cuidados
A Cone Sul Soluções Ambientais, que faz a coleta de resíduos na cidade, também está atenta às orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Além dos equipamentos de proteção individual (EPIs) – uniforme, sapatos e luvas –, a empresa instalou em cada veículo bicas de água e detergente líquido para possibilitar a higienização das mãos dos trabalhadores, como afirma o gerente de operações Jardel Wojahn. “Temos à disposição as máscaras, mas não são recomendadas porque o trabalhador, ao tentar ajustá-la no rosto, poderá se contaminar. O álcool em gel temos na empresa, mas para coleta nas ruas o ideal é higienizar as mãos várias vezes com água e sabão.” À população, o gerente destaca a importância de embalar bem o lixo. “Colocar sempre dentro de sacolas ou sacos bem fechados já ajuda a evitar a contaminação.”

Da mesma forma, a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), responsável pela coleta seletiva, também ampliou as medidas de prevenção. O coordenador administrativo Uilian Mendes ressalta que, além de reforçar os cuidados de higiene pessoal e uso do álcool em gel e de EPIs – óculos de proteção, máscara e luva emborrachada –, produtos considerados mais eficientes no combate às bactérias estão sendo utilizados na limpeza da sede da cooperativa.

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No entanto, ele pede que a população faça a sua parte e potencialize a separação de resíduos. “Os cooperados estão em uma situação de risco, por estarem em contato direto com os resíduos na triagem e manuseio. Já identificamos a chegada de máscaras e luvas aqui na esteira. É um apelo que fazemos pela saúde deles. Não coloquem rejeitos junto com materiais recicláveis. Esta separação é muito importante”, ressalta Mendes.

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Álcool em gel vai de carona na motocicleta
Andar com um recipiente com álcool em gel faz parte das medidas adotadas pelos entregadores. A motoboy Elenara Aparecida Fischborn, 35 anos, que trabalha há dez no ramo, não dispensa o produto. Segundo ela, a hora é de se cuidar. “Assim como todas as pessoas, nós também temos medo de contrair o vírus e transmitir para nossos familiares. Mas não podemos parar nosso trabalho.”

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As entregas, segundo ela, estão se mantendo no momento, mas teme pelas próximas semanas. “A situação é muito complicada. Há mais pessoas realizando o serviço, algumas até de forma clandestina. Além disso, antes da pandemia, levávamos correspondências e fazíamos serviços bancários e para alguns escritórios. Com o fechamento destes estabelecimentos, apenas alimentos e medicamentos são entregues.”

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Como forma de evitar o contágio pelo novo coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul realizou logo no início da quarentena uma reunião com todos aqueles que prestam o serviço de entregas na cidade. Dicas de higiene fizeram parte das recomendações, como lavar as mãos com água e sabão e usar luvas e álcool em gel 70%. A importância de utilizar óculos de proteção ou mesmo a viseira do capacete também foi citada, assim como dicas para agilizar o atendimento e evitar a exposição destes profissionais.

Motoboy Elenara Fischborn alerta para a ação de clandestinos

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