O seminário da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Federal, realizado nessa sexta-feira, 29, no auditório da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), trouxe uma notícia que não era esperada pela comunidade local. Proposto pelo deputado Heitor Schuch (PSB), o evento contou com a presença do integrante do corpo técnico do setor de planejamento da Secretaria de Aviação Civil do governo federal, Paulo Sérgio Ramos Pinto, que apresentou o plano nacional incluindo avaliação do Aeroporto Luís Beck da Silva, mas sem colocá-lo entre as prioridades.
O levantamento, feito com base em parâmetros internacionais, foi realizado no governo Jair Bolsonaro (PL), com atualização da atual gestão. São dois trabalhos. O mais amplo é o Plano Aeroviário 2024, que projeta o desenvolvimento do setor até 2052. O outro é o Programa Ampliar, que foi lançado na terça-feira passada e beneficiará inicialmente 51 aeroportos da área da Amazônia Legal e do Nordeste.
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A licitação para definir os investimentos é esperada para o primeiro semestre de 2025. Ramos Pinto explicou, contudo, que os atuais operadores poderão disputar a concessão das estruturas para fazer os investimentos necessários, tendo como benefício a possibilidade de prorrogação dos contratos nas unidades maiores, que já administram.
O PA 2024 é algo maior, envolvendo todo o País, por parte do planejamento integrado logístico e de transporte. O Brasil foi dividido em unidades territoriais de planejamento, e Santa Cruz lidera a de número 293. Em todas elas são elencados 130 aeroportos, que recebem aviação regular; há mais 47 que têm prioridade para investimento de recursos da União; e outros que estão em cenários estratégicos. É nesse último grupo que o Luís Beck da Silva se encontra.
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Segundo Ramos Pinto, é preciso, para elevação na relevância, que exista fluxo na aviação comercial, com no mínimo 2 mil passageiros por ano. O aeroporto santa-cruzense teve 395 em 2022 e 320 em 2023. O órgão federal fez, no entanto, uma projeção de demanda, tendo como base as informações da operadoras de telefonia móvel. De acordo com esses dados, o potencial local é de 28,4 mil passageiros, chegando a 50 mil em 2037 e 73 mil no limite do PA 2024, em 2052. Assim, entende-se que em algum momento poderá ser incluído entre as prioridades.
Por enquanto, o que o Município pode pleitear é recurso para fazer o cercamento, o recapeamento da pista, a estação meteorológica e o balizamento luminoso noturno, que já está na fase de análise de documentos da empresa vitoriosa da licitação. O investimento, porém, será feito pela Prefeitura. Ramos Pinto observou que é fundamental a realização do plano diretor da estrutura, levando-se em consideração engenharia, questão ambiental e valor necessário para garantir a ampliação.
Região deve formar comissão
Proponente do seminário, o deputado Heitor Schuch reforçou a ideia da criação de uma comissão para defender, politicamente, a ampliação do aeroporto local. “Aprendemos que temos que fazer o dever de casa: ou investimos em um aeroporto pequeno ou começamos a trabalhar em um maior, em especial para as questões de cargas, conhecimento, tecnologia, saúde, entre outras coisas”, antecipou.
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O potencial logístico de Santa Cruz foi defendido pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Cesar Cechinato. Ele apontou a necessidade de ampliação da estrutura, passando dos 18 para 30 metros de largura da pista e aproximando-se de 1,5 mil metros de extensão, para possibilitar o pouso de aeronaves maiores.
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Schuch ainda destacou um outro ponto, ao justificar a importância da criação da comissão. Apontou que, em Brasília, sobrepondo os estudos técnicos está a força política. “Não é de graça que quando chega projeto ou medida provisória no Congresso, sempre sai diferente”, exemplificou.
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Também presente no evento, representando a Azul Linhas Aéreas, Cassius Kist explicou a relevância da estrutura para o transporte de cargas, mas disse ainda não ter previsão para o retorno das viagens com passageiros.
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