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dívida rural

Agricultores continuarão com protestos pela securitização

Foto: Inor Assmann

Na manifestação realizada em Pantano Grande, com a participação de cem produtores, líderes políticos compareceram e deram apoio ao movimento

Agricultores da região ocuparam o centro de Pantano Grande na tarde dessa quinta-feira, 22, em defesa da renegociação de dívidas. O ato se concentrou na Rua Papa João XVIII, no entorno da Praça Érico Mário Raabe, e reuniu cerca de cem agricultores de Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Butiá, Minas do Leão e Amaral Ferrador. Segundo a organização, foram registrados 75 pontos de protesto em todo o Rio Grande do Sul.

A via foi tomada por maquinários agrícolas. Homens e mulheres do campo, alguns deles enrolados na bandeira do Rio Grande do Sul, entoavam “O agro unido jamais será vencido”. E diante de líderes políticos, eles cobraram uma atitude do governo federal quanto à renegociação das dívidas.

Produtor de Cachoeira do Sul, Cassiano Preuss Nunes defendeu que o movimento é uma forma para que sejam ouvidos e seus direitos sejam preservados. “Nós sabemos que a nossa força é muito grande. E quem pode levar essa luta para Brasília são os nossos representantes que estão aqui. Acredito que a união é um grande início para um fato maior”, comentou.

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A agricultora Edinara Ferreira Duarte veio de Encruzilhada do Sul para participar do ato. Ela defendeu a securitização da dívida de 20 anos, com uma taxa de juros digna. E garantiu aos representantes políticos que atuam pela pauta que a região está do lado deles. “Vocês não precisam ter medo. Nós vamos segurar a ponta aqui para vocês e não vamos abandoná-los. E não vamos arredar da nossa demanda”, afirmou.

Na avaliação de Valentin Degrandis Neto, de Pantano Grande, o momento é de conscientizar a população e a classe política quanto às demandas dos produtores. Segundo ele, não se trata da anistia das dívidas, mas de um alongamento do prazo, diante das condições climáticas que afetaram a agricultura e, consecutivamente, a economia local.

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“Faz cinco anos que estamos sem um centavo de lucro, nos matando de trabalhar. E infelizmente aconteceram intempéries: três anos de estiagem contínua e depois uma enchente terrível”, descreveu. “Se nós não conseguirmos pagar nossas contas, o comércio vai sentir.”

Um dos organizadores do evento, Lucas Castilhos Flores, afirmou que o ato foi um sucesso, sobretudo pela adesão de produtores de diversos municípios e dos comerciantes que apoiaram a causa. Para ele, é importante que a sociedade entenda a reivindicação e as consequências econômicas caso a securitização não vá adiante.

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Conforme o agricultor, os movimentos não têm data para parar. “Vamos continuar mobilizados. A nossa expectativa é só sairmos daqui com o problema resolvido, com a securitização aprovada para podermos tocar nossas atividades.”

Deputados e secretário comparecem para apoiar movimento

Líderes políticos municipais, estaduais e federais estiveram no ato para demonstrar apoio aos produtores. Para o deputado estadual Pedro Pereira (PSDB), é importante que o setor continue a mobilização e a pressão até obter uma resposta do governo federal. Sem isso, segundo ele, o agricultor terá dificuldades para produzir nas próximas safras. “Se não for por bem, vai ser na marra. E não tenho dúvida que eles vão ceder.”

O deputado federal Afonso Hamm (PP-RS) destacou que a bancada gaúcha está junto com os produtores para reivindicar a pauta. “A mobilização se faz necessária. Não há outro caminho a não ser perseverar. E dou essa sugestão de que não devemos pagar os bancos enquanto não sai uma solução. E aí os agentes financeiros vão se mexer em nosso favor”, garantiu. 

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O secretário de Agricultura, Edivilson Brum, destacou que o governo do Estado também tem atuado em favor dos agricultores. Mencionou que na próxima semana estará reunido com líderes no Ministério da Agricultura, em Brasília, para debater o tema.

Além disso, afirmou que o governador Eduardo Leite o autorizou a delinear um projeto de criação de um grupo (pool) de fundos de investimentos, públicos e privados, para contribuir no financiamento da safra. “No momento em que esse grupo forma um fundo garantidor, se teria a possibilidade de renegociar essas dívidas com longo prazo – 15 ou 20 anos para frente. Essa é a nossa sugestão e proposta”, explicou.

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Manifestaram-se ainda a deputada estadual Kelly Moraes (PL) e o prefeito de Pantano Grande, Mano Paganotto. Também marcaram presença representantes de entidades como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Na avaliação dos agricultores, as falas mostraram o comprometimento da classe política.

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