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LUTO

Morre o jornalista David Coimbra, aos 60 anos

Foto: Reprodução/Facebook

Jornalista morreu aos 60 anos

A comunicação social no Rio Grande do Sul e no Brasil perdeu na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, um de seus mais proeminentes articulistas. Morreu, aos 60 anos, completados em 28 de abril, o jornalista David Coimbra, em Porto Alegre, sua cidade natal. Conforme informações divulgadas pela equipe de Zero Hora e do portal GaúchaZH, junto às quais atuava desde os anos 90, estava internado desde o último domingo no Hospital Moinhos de Vento, para tratamento de um câncer no rim, descoberto em 2013, e que já o levara a uma temporada para tratamento em Boston, nos Estados Unidos. David deixa a esposa Márcia e o filho Bernardo, de 13 anos, sobre o qual muitas vezes se manifestava, expressando seu carinho, em suas crônicas. Parte delas reuniu no livro Meu guri.

Reconhecido por sua amplitude de olhar de mundo e por suas reflexões sábias e acuradas, e não raro bem-humoradas, sobre diversas temáticas, era colaborador do jornal Zero Hora, no qual desde o final da década de 1990 assinava coluna de destaque, logo na penúltima página do periódico (mesmo espaço que anteriormente assinava outro ícone do jornalismo, o cronista Paulo Santana). E apresentava programas na Rádio Gaúcha, como o Timeline, pela manhã, na companhia dos colegas apresentadores Kelly Matos e Luciano Potter. Era ainda debatedor do programa Sala de Redação

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Como jornalista, David Coimbra tornou-se referência ao longo de décadas de gerações de leitores e de outros jornalistas no Estado e no País. Formou-se em Jornalismo pela PUCRS, e iniciou a carreira como assessor da editora Sulina. Dela passou para a imprensa, como repórter e editor, e logo se identificou com o esporte, tendo atuado na cobertura de alguns dos mais importantes eventos esportivos, a exemplo de Copas do Mundo, e das competições que disputavam os clubes gaúchos, em especial a dupla Grenal, testemunhando, e conferindo de perto, grandes conquistas gremistas e coloradas.

Ao mesmo tempo, nunca se furtava a analisar e a opinar sobre temas polêmicos ou sobre o universo da política, da segurança e da economia. Atuou junto a veículos como Correio do Povo, Diário Catarinense, Jornal da Manhã, Jornal NH, Jornal de Santa Catarina, bem como nas rádios Eldorado e Guaíba e na RC TV. Junto à RBS, era colaborador de diversos programas, e uma referência em jornalismo de qualidade como repórter e como cronista.

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Em paralelo a sua produção jornalística, David exercitou a sua inventiva e qualificada veia de escritor, em ficção e não ficção. Seus romances Canibais – paixão e morte na Rua do Arvoredo, de 2004, e Jô na estrada, de 2010, fizeram sucesso, assim como obras ensaísticas, na linha de Jogo de damas, de 2007, e Uma história do mundo, de 2012, bem como as coletâneas de crônicas Mulheres!, de 2005, e Um trem para a Suíça, de 2011. Na área do esporte, livros como A história dos Grenais: a trajetória do maior clássico gaúcho tornaram-se best-sellers.

A sua luta contra o tumor e a convalescença ele compartilhou com seus milhares de leitores no livro Hoje eu venci o câncer, lançado pela L&PM em abril de 2018, no qual enfatizava, na ocasião, que o seu tratamento contra a doença fora, até então, muito bem-sucedido. Mas mais recentemente a doença novamente se manifestou, levando a sua morte nesta sexta-feira.

Os seus leitores e seus fãs perdem um ícone, uma referência em jornalismo de qualidade, e David Coimbra deixa para o Rio Grande do Sul e para o Brasil um exemplo grandioso de resiliência, de persistência e de confiança em dias melhores. Nunca deixou de ter fé na ciência e na possibilidade da recuperação, e nunca deixou de se dedicar com profissionalismo e afinco, por vezes acima das suas condições de saúde ou de energia, para se dirigir à comunidade, pelos veículos e espaços a que tinha acesso, para deixá-la bem-informada.

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