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CONTRAPONTO

Amizade ou interesse

Sem precedentes comparáveis na história, os EUA constituemse no maior império econômico-bélico de todos os tempos. E não haverá de se sensibilizar com crises de identidade de outros povos, notadamente aqueles subordinados e dependentes.

Significa dizer que se dispõem a pagar o custo de manutenção da hegemonia. Se necessário, com vidas humanas, próprias ou de outras nações.

Dada sua “vocação” imperialista, promovem a (re)definição dos papéis globais, dos territórios de dominação e a natureza/ dimensão intervencionista. O pós-guerra fria determinou aos demais países a inevitável convivência com uma superpotência remanescente.

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Desde o atentado às torres gêmeas nova-iorquinas, criouse a expectativa de que norte-americanos compreendessem seus exageros intervencionistas e agissem em sua contenção e moderação. Mera ilusão!

Irônica e cinicamente, os EUA mantêm um discurso pretensamente pacifista e universalista. Mas suas práticas intervencionistas, de natureza política, econômica e militar, em tutela de países e regiões periféricas, como o Oriente Médio, são a prova do seu “estado de espírito”.

Detalhe importante. O imperialismo também se impõe pela produção e distribuição dos produtos de mídia, suficientes para o estabelecimento e predomínio cultural de um meio ou modo de vida. No que tange às demais nações, especialmente as mais frágeis, pode resultar na perda da autoestima dos nativos e na desfiguração da identidade nacional.

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Com o desenvolvimento e alcance dos meios eletrônicos e a abertura plena dos mercados econômicos, tais diferenças entre os povos tornaram-se imensas, flagrantes e de consequências imprevisíveis. Essa experiência contraditória, o interregno entre a decadência (ou seria subjugação?) dos valores sociais e culturais de uma nação e a assimilação/sobreposição de modelos e valores estrangeiros, é comum na história da humanidade, mas revela-se excepcionalmente dramática nos dias de hoje, dada a frequência e instantaneidade das comunicações e das ocorrências.

Logo, objetiva e consequentemente, o que sucede, em qualquer época e região, é que toda nação com práticas imperialistas se sujeita a antipatia e revolta dos “conquistados e dominados”.

Parênteses. Hoje. Caso Brasil x Estados Unidos. Historicamente, convinha aos nossos interesses comerciais a hegemonia republicana, haja vista que democratas são historicamente protecionistas.

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Mas ultimamente, dada a crise econômica e o desemprego norte-americano, também republicanos são/estão protecionistas, de acordo com o recorrente discurso de Trump. Finalmente, o mais importante (alô, alô, Bolsonaro!): países não têm amigos. Países têm interesses! 

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