Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Ideias e bate-papo

Apenas um sonho

“Jovens há muito tempo” – como eu – se perguntam por que o ódio, a mentira e a destruição de biografias se transformaram em missão de vida para tanta gente. A tecnologia, que faz uma notícia ganhar o mundo em minutos, foi vista por décadas como bálsamo capaz de curar doenças, divulgar exemplos construtivos e promover o bem comum. Pensávamos que o avanço nos mais diversos segmentos, incluindo a cura de doenças, traria a proliferação de experiências exitosas em várias partes do planeta.

“A prevalência da mentira midiática – o chamado Pinóquio Eletrônico – tornou-se critério de normalidade. A verdade, a ética e a justiça é que são consideradas fora do comum”, escreveu recentemente o padre Pedro Gilberto Gomes em artigo. Uma pessoa, pilotando um prosaico aparelho celular de alguns reais, é capaz de gerar conteúdo mentiroso para espalhar mundo afora. E a partir disso prejudicar irremediavelmente milhares de pessoas.

É cada vez mais difícil identificar a verdade das fake news que proliferam pelas mais diversas redes sociais. O chamado “anonimato da multidão”, presente em estádios de futebol e espetáculos públicos em que torcedores se transformam em corajosos marginais, permite à internet criar factoides, mentiras, embustes. O objetivo é destruir reputações, criar ídolos de mentira e forjar narrativa, neologismo ao que chamávamos outrora de ”versão”, a visão particular de cada um.

Publicidade

A antiga “imprensa marrom” – que gerava entre outros produtos “jornal que, se fosse torcido, sairia sangue” – hoje utiliza a modernidade através de robôs e equipes formadas exclusivamente a pesquisar e disseminar conteúdos ofensivos e fictícios para destruir pessoas. A mídia tradicional perdeu credibilidade no Brasil, resultado da inexplicável postura de adotar as “notícias de um lado só”, sem contraditório, ou pela manipulação grosseira dos fatos.

O sonho de Pinóquio – cujas aventuras remontam ao ano de 1883 – era ser humano. Já seus homônimos tecnológicos buscam a fama instantânea, o lucro fácil, o reconhecimento público tão rápido quanto efêmero. “Nunca se mente tanto quanto antes da eleição, durante a guerra e depois de uma pescaria”, reza o ditado mais atual do que nunca.
Estamos em meio a um conflito bélico inadmissível em pleno século 21. A pandemia ainda está entre nós e teremos eleições em poucos meses. Imaginar que esses eventos graves despertem o bom senso generalizado seria piegas, pouco inteligente, utópico. O que presenciaremos será o recrudescimento deste comportamento incompreensível onde a “besta humana” ganha força a cada dia, sobrepujando a solidariedade que deveria marcar este momento delicado da história.

O sonho de fazer da tecnologia instrumento de melhoria se mostra, de verdade, apenas um sonho.

Publicidade

LEIA MAIS COLUNAS DE GILBERTO JASPER

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.