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Bairro Aliança: clube deu nome e ajudou a levar o desenvolvimento

Foto: Rafaelly Machado

Situado na divisa com o Arroio Grande e o São João, o Aliança é um bairro jovem de Santa Cruz do Sul, pois começou a se expandir a partir da década de 1980. Antes, era considerado zona rural do município. Porém, com a cidade em constante crescimento, o local passou a fazer parte da zona urbana. O Aliança leva o nome do clube que instalou sua sede campestre em 1984, onde possui salão, piscinas e tobogãs, entre outras atrações. Foi a partir daí que o bairro passou a se expandir cada vez mais. De acordo com o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Aliança contava com 3.035 habitantes, número que certamente aumentou nesses mais de dez anos.

História

O Bairro Aliança é assim chamado em alusão ao tradicional Clube Aliança Santa Cruz do Sul. A história, porém, não começa no local onde hoje se situa o bairro, mas sim no centro da cidade. De acordo com informações disponíveis no site do clube, a Aliança Cathólica Santa Cruz foi fundada em 26 de abril de l896 pela Igreja Católica. Os padres alegavam que precisavam fundar essa sociedade de famílias “para que sua fé não fosse abalada por outras crenças”. 

Aliança Cathólica começou em 1896, em prédio na Rua Marechal Floriano | Foto: Arquivo pessoal

A sede ficava em um prédio que até hoje se destaca na Rua Marechal Floriano e onde, atualmente, parte da edificação abriga as Lojas Pernambucanas. “Finalmente pronta, a maciça construção de dois pisos, com 66 pés de frente, 75 pés de fundo e 43 pés de altura, cujo salão era enorme e podia abrigar até 2.000 pessoas. Todas as grandes concentrações de pessoas aconteciam na Aliança: congressos, assembleias, encontros, teatro, concertos musicais, apresentação de corais. Os primeiros filmes de cinema mudo aconteceram em seu salão”, menciona o site.

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A Aliança Cathólica rompeu seus vínculos religiosos em 1964. A partir daí, passou a ostentar o nome atual. A área de terras da sede campestre foi adquirida em 1984, em um local antes considerado zona rural de Santa Cruz do Sul. Com a sede, melhorias foram sendo feitas na estrada e, mais tarde, saiu o asfalto. Com pavimentação adequada, consequentemente, mais pessoas passaram a escolher o entorno da sede para morar e empreender. Assim surge, com este nome, o Bairro Aliança.

Delimitações

Inicia em um ponto (P142 – coincidente com o marco M078 do Cinturão Verde), seguindo no sentido leste, passando pelos marcos M079 e M080, até encontrar um ponto localizado na margem leste de um Arroio Sem Denominação, partindo daí, ainda no sentido leste, em linha reta e imaginária, até encontrar um ponto localizado no limite leste da Zona Urbana, instituída pelo Plano Diretor, de onde segue por este limite, no sentido sudoeste e sul, até encontrar um ponto localizado no eixo do Corredor Frey, de onde segue, por este eixo, no sentido oeste, até encontrar um ponto localizado no eixo do Corredor Frey, alinhado com a divisa oeste do Loteamento Popular, seguindo por esta divisa, no sentido norte, passando pelos pontos localizado no limite oeste do Loteamento Popular e localizado no limite leste do referido Loteamento até o ponto localizado no eixo da Rua Barão do Arroio Grande, alinhado com a divisa oeste do Loteamento Popular, de onde segue, por uma linha imaginária, mantendo o mesmo sentido, até um ponto localizado na margem sul do Arroio das Pedras, seguindo daí, por uma linha imaginária, em sentido norte, até o ponto inicial” – Trecho da lei ordinária 8.714, de 14 de setembro de 2021.

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Personagens do bairro

Começa a expansão

O empresário ​Clóvis Haeser, de 71 anos, participou ativamente da diretoria do Clube Aliança. “Fui presidente por dez anos e da diretoria por mais de 20 anos. Acompanhei toda a evolução da nossa sede campestre. O bairro leva o nome por causa do nosso clube”, conta.

Haeser relembra que, pela importância da sede, a diretoria reivindicou o asfaltamento na Rua Barão do Arroio Grande. “A partir daquele momento foi levado progresso para lá. A cidade começou a se desenvolver para aquele lado. Sempre fui muito ativo dentro do clube, então a gente participou desse progresso que houve justamente em torno da nossa sociedade campestre, e que fez com que o bairro se desenvolvesse. Não existia nada disso quando a gente chegou. A sede foi muito importante para o desenvolvimento do bairro, e é justamente por isso que leva o nosso nome”.

Sede campestre do Aliança é uma das mais bem estruturadas do Estado

O local onde hoje se encontra a sede foi escolhido, na época, por ser interior do município. “Estávamos procurando um lugar que ficasse mais afastado do Centro. Compramos por um valor mais baixo e desenvolvemos a sede de tal maneira que hoje é uma das mais bonitas do Rio Grande do Sul e, com certeza, a mais bonita do interior do Estado”, observa.

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Na parede de seu escritório, o ex-presidente guarda com carinho quadros com fotos do Clube Aliança, um deles de uma homenagem que recebeu quando deixou a gestão, em 2015. É com orgulho que Haeser fala e resgata lembranças de momentos do clube. “A Ana Hickmann, por exemplo, foi rainha das piscinas no Clube Aliança. Daqui ela saiu para o mundo. Nossos carnavais e bailes eram os mais badalados, e éramos conhecidos como o clube mais casamenteiro de Santa Cruz”, recorda.

Haeser, ex-presidente do clube, recebeu homenagem ao deixar gestão

Mercado viu local crescer

Há 29 anos, o Mercado Litasa está presente no Bairro Aliança e viu o lugar se desenvolver dia após dia. A proprietária Glaci Lauermann conta que cresceu no local e sempre morou perto de onde hoje está situado o estabelecimento, na Rua Barão do Arroio Grande, 1.820. 

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São quase três décadas de existência do mercado, que se mantém porque tem clientela boa e fiel. “É um bairro que está se desenvolvendo muito. Na época em que nós iniciamos, era bem pouca gente morando por aqui, o bairro recém estava começando. Achamos uma oportunidade de trabalho e hoje nossa renda vem do mercado”, comenta Glaci. Conforme a empresária, o Litasa tem muitos clientes que moram no Aliança, mas também aqueles que vêm de outros bairros para fazer compras.

Com clientela fiel, Mercado Litasa está presente há quase três décadas

Quando o Mercado Litasa começou suas atividades, a Rua Barão do Arroio Grande ainda não era asfaltada. Para Glaci, a presença da sede campestre do Clube Aliança contribuiu para o desenvolvimento do bairro e também a venda de loteamentos a novos moradores. “Isso aqui era tudo interior, então a zona urbana começou a se expandir para cá. Eu gosto de morar aqui, as pessoas são boas, é tranquilo”.

Um casal entre os primeiros moradores

Arno José Pick, de 86 anos, e Hildegard Pick, de 80, estão entre os primeiros moradores do Bairro Aliança, que, na infância do casal, chamava-se Linha São João da Serra. Antes disso, conforme Arno, também tinha o nome de localidade de Kohlöfel.

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Os dois moradores da Rua Barão do Arroio Grande lembram de como tudo começou, nos tempos do início do namoro do casal, que está junto há 62 anos. “Nascemos aqui, uma casa era quase em frente da outra. Naquela época não tinha telefone, então quando ela queria que eu fosse lá, ela dava um assovio e eu ia”, comenta Arno, aos risos. “Mas o pai colocou um cachorro bem grande na frente da janela”, complementa Hildegard.

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Depois que casaram, os dois moraram por três anos na localidade e após se mudaram para Porto Alegre, onde permaneceram por 26 anos. “Não tínhamos dinheiro para comprar terra, então fomos para trabalhar”, relata Arno. O tempo passou e retornaram para Santa Cruz do Sul, onde também tiveram comércio, a conhecida “Casa do Côco”, na Rua Venâncio Aires. 

Hildegard Pick e Arno José: desde a infância no atual Bairro Aliança

Durante os anos de trabalho em Porto Alegre e Santa Cruz, adquiriram as terras onde moram hoje no Bairro Aliança, ao lado de onde nasceram e cresceram. O casal diz gostar de morar no Aliança, pois é um bairro tranquilo e próximo à natureza. Com a expansão, firmaram parceria com uma construtora e loteamentos estão sendo feitos nos hectares que pertencem a Arno e Hildegard. “Trabalhávamos dia e noite e nos fins de semana. Íamos juntando e comprando aos pouquinhos. Três hectares aqui, dois ali”, ressalta Hildegard.

Hoje, os aposentados ocupam o tempo cuidando do belo jardim que têm em casa e também dos pomares. “Eu fico sempre me movimentando. Eu não vou ficar sentado todo santo dia no sofá, né? Não tem coisa melhor que se movimentar”, observa Arno. 

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