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Candelariense lança um livro sobre livros

Foto: Matheus Juliano Haetinger

Se já é de consenso, em toda e qualquer época, a importância de um livro para a preservação da memória ao longo dos tempos, uma obra que contempla a história de um acervo literário aberto à comunidade tende a ser duplamente relevante. E o ano de 2022 chega ao final com a boa notícia do lançamento de um volume que contempla em detalhes uma biblioteca pública da região, iniciativa até certo ponto incomum na realidade editorial brasileira (e é de esperar que esse gesto inspire outros municípios a seguir o exemplo).

A professora aposentada candelariense Lucia Hilda Gewehr Steil, de 71 anos, acaba de lançar Janelas abertas: uma biblioteca na história de Candelária, pela editora Oikos, de São Leopoldo, em 186 páginas, ilustradas com dezenas de fotos de diferentes épocas e com documentos preciosos, como cartas de leitores e recortes de jornais, nos quais esse espaço de cultura fora mencionado ou divulgado. Entre esses registros estão muitas reportagens publicadas, em diferentes momentos, pela Gazeta do Sul.

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Lucia compartilha na obra as próprias vivências e lembranças associadas aos cinco anos em que atuou pessoalmente junto à biblioteca pública de Candelária, entre 1982 e 1986. Além da organização do acervo em si, ela idealizou e estimulou ações e programas então inéditos e que inspiraram outras bibliotecas, em diferentes regiões do País. Os estudos iniciais aconteceram na Escola Evangélica Barão do Rio Branco e no Ginásio Nossa Senhora Medianeira, em Candelária, e posteriormente fez o Curso Normal, em Novo Hamburgo. Com a experiência reunida no curso de Biblioteconomia e Documentação, na Ufrgs, e depois na Faculdade de Formação de Professores, no São Judas Tadeu, em Porto Alegre, firmou os conhecimentos sobre a estruturação de bibliotecas. E atuou como professora em Novo Hamburgo, Taquari e Candelária.

O período em que atuou junto à Biblioteca Pública de Candelária foi marcado por ações como a criação de centros de leitura, feiras do livro, encontros com escritores, concursos de exposições, hora do conto, e outras atividades de incentivo à leitura. Mas no livro ela destaca o programa radiofônico infantil Recreio, que ela produziu e apresentou entre 1983 e 1989 na Rádio Princesa, e que levou milhares de crianças e adolescentes a interagirem, enviando cartas e manifestando o gosto e entusiasmo pela leitura.

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É essa preciosa memória que a concretização do livro agora pereniza, como presente tanto às gerações que vivenciaram aquelas iniciativas (e que, portanto, se emocionarão com essa lembrança) quanto às atuais e às do futuro, numa celebração da importância da literatura.

Um olhar estendido sobre sete décadas

Lucia Hilda Gewehr Steil recupera as inúmeras circunstâncias que, ao longo do tempo, marcaram a criação, a fundação e a revitalização da Biblioteca Pública de Candelária, esta promovida no período em que ela atuara junto a esse espaço. Além deste ambiente específico, Lucia também atuara junto a bibliotecas de escolas do interior e de Porto Alegre, tendo se dividido, ao longo do tempo, entre a capital, na qual estudou e trabalhou, e a terra natal, na qual novamente voltou a residir.

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Entre 1987 e 1995, ela exercera um trabalho importante na região serrana de Candelária, junto à comunidade e à Escola Estadual Cristo Rei, de Vila União. Na produção literária, dona Lucia já havia se envolvido em pesquisas sobre genealogia e sobre a história da família Gewehr, e que resultaram no livro Os caminhos da Família Gewehr, publicado em 2017, do qual é coautora.

A origem da Biblioteca Pública de Candelária, que ela agora documenta, remonta ao período de 1952 a 1955, como menciona, há cerca de sete décadas. A criação efetiva ocorreu em 21 de fevereiro de 1957, por lei municipal daquela data. No entanto, a inauguração só ocorreu em 7 de julho de 1959, quando o coronel Albino Lenz abriu a fita, no governo do prefeito Christiano Affonso Graeff.

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O local já possuía três décadas de existência, portanto, quando Lucia empenhou-se em revitalizar esse espaço público voltado ao fomento à leitura em Candelária, com o acervo aberto à comunidade. Ela o fez nas administrações municipais do prefeito Elcy Simões de Oliveira, em 1982, e de Ronildo Gehres, a partir de 1983.

No livro, a experiência do programa de rádio Recreio é salientada, com a reprodução de inúmeras cartas de jovens leitores, nas quais estes manifestam entusiasmo e engajamento em torno do estímulo à leitura. O primeiro ano de atuação junto à biblioteca logo foi marcado, também, pela realização da 1ª Feira do Livro de Candelária, bem como de várias atividades e iniciativas visando o envolvimento e a mobilização da comunidade. A divulgação dessas ações junto à imprensa local e regional revela o quanto tais iniciativas chamaram a atenção do público e geraram amplo interesse.

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