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INDIGNAÇÃO

Caso Kiss: anulação do júri decepciona pais e familiares das vítimas

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

Nestor Raschen é pai de Matheus

A polêmica decisão de anulação do júri na Boate Kiss, ocorrida na última quarta-feira, 3, em Porto Alegre, segue repercutindo. Com a decisão, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, sócio da boate (condenado a 22 anos); Mauro Londero Hoffmann, também sócio (condenado a 19 anos); Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira (condenado a 18 anos); e Luciano Bonilha Leão, produtor de palco (condenado a 18 anos), serão submetidos a um novo júri, ainda sem data marcada.

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na quinta-feira, 4, o psicólogo Gabriel Rovadoschi Barros, que é presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, salientou o sentimento de extrema frustração com o desfecho do caso. “Nós revivemos essa situação todos os dias. Faz parte da nossa rotina conviver com essa dor. E no julgamento os fatos foram expostos intensamente e comprovaram a responsabilidade dos réus na causa da tragédia”, disse ele.

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Nessa sexta-feira, 5, a Gazeta conversou com Nestor Raschen, diretor-geral do Colégio Mauá e pai de Matheus Raschen, de 20 anos, único santa-cruzense que faleceu no incêndio ocorrido em 27 de janeiro de 2013, na Boate Kiss, em Santa Maria. Ele acompanhou a sessão que liberou da prisão os réus.

“Estamos muito decepcionados. Foi uma decisão que frustrou muito a todos os familiares das vítimas e sobreviventes. Estávamos satisfeitos pelo quadro que o júri popular apontou em dezembro. Essa reversão foi muito ruim”, afirmou.

“Precisamos de uma sociedade mais exemplar. As pessoas que não cumprem as regras mínimas de cuidado com a vida em seus espaços públicos precisam ser responsabilizadas, e o júri fez isso corretamente em dezembro do ano passado”, salientou Raschen.

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Desvalorização do júri

Para Nestor, as questões jurídicas apontadas pelos advogados dos réus, como a fala sobre o silêncio dos acusados e o fato de o Ministério Público ter consultado quem eram os jurados, não seriam suficientes para anular o júri. “Foi uma vergonha, um deboche para com a sociedade, com os 242 jovens que perderam a vida e com os familiares”, salientou o diretor do Mauá.

“Queremos que o Superior Tribunal de Justiça reverta o mais breve possível essa decisão. Se tiver que acontecer outro júri, que seja, mas que os réus não aguardem em liberdade. Os quatro concorreram para o que aconteceu na Kiss e alguns detalhes jurídicos não podem tirar a culpa que eles têm.” Segundo Nestor, a decisão dos desembargadores mostra uma falta de valorização do júri.

 “É um desrespeito com o que aconteceu em dez dias. Toda demanda de trabalho e o custo que isso representou para o Estado foram jogados no lixo. Estamos muito decepcionados e tristes que tenhamos que conviver com isso”, finalizou o pai de Matheus Raschen.

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