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EDUCAÇÃO

Cemitério se torna espaço de aprendizagem em Santa Cruz

Foto: Alencar da Rosa

Alunos tiveram uma aula de história em visita que fizeram ao Cemitério Municipal de Santa Cruz

Um projeto relacionado à disciplina “Prática e ProduAção Científica”, inserida no currículo do novo Ensino Médio, está instigando alunos de duas turmas do 1º ano do Ensino Médio da Escola de Educação Básica Educar-se, de Santa Cruz do Sul, a pesquisar sobre as trajetórias de pessoas falecidas. E o local para isso tem sido o cemitério.

Na manhã dessa quinta-feira, 25 estudantes sob orientação do professor de História, Mateus Skolaude, e da professora de Matemática, Tayná Henn, fizeram uma visita ao Cemitério Municipal de Santa Cruz do Sul. A intenção foi escolher, entre os túmulos, alguns nomes para realizar um trabalho em grupo. O objetivo era destacar a história de vida daquelas pessoas, com auxílio de conteúdos que foram estudados em sala de aula.

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“Num primeiro momento, fizemos um trabalho do ponto de vista teórico. Agora é a vez da saída de campo. A partir disso, temos mais dois momentos: o levantamento das fontes e depois a produção de um artigo científico no qual vão fazer a reconstrução desses personagens. E, ao final do ano, uma apresentação geral”, explicou.

No primeiro semestre do ano letivo, os alunos viram o conteúdo com professoras das áreas de linguagens e ciências da natureza, e o trabalho prático acontece até o final do ano. Skolaude ressaltou que, após escolhidos os personagens, os alunos farão investigação e pesquisa através de registros históricos, fotos e até entrevistas com familiares.

“Não tem um espaço temporal definido. Pode ser alguém mais antigo, ou mais recente. Uma das questões que a gente colocou, mesmo podendo ser mais complicado, é não ficar só em figuras que tiveram mais representatividade, um ex-prefeito ou deputado, mas que conseguíssemos reconstruir biografias de pessoas comuns.”

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O trabalho em um cemitério é algo incomum para os alunos, mas os estudantes reagiram bem à proposta. Segundo a professora Tayná, a atividade instigou ainda mais a curiosidade dos jovens. “Em um primeiro momento eles ficaram surpresos, pois era algo diferente. A gente percebeu alguns um pouco apreensivos, por medo de não encontrar as fontes. Porém, em nosso percurso aqui no cemitério, a gente vê que estão mais tranquilos e aceitando bem a proposta. Perceberam que é possível”. Tayná citou que a matemática pode servir para contextualizar o estudo através do levantamento de dados e sua análise.

“Por exemplo, podemos ter alguém que faleceu em uma pandemia da época. Então, podemos fazer comparações, em parte mais quantitativa. A partir de tabela ou gráfico, a matemática pode fazer comparações da época em que aquela pessoa vivia com a atualidade, e adicionar estatísticas.”

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Sem tabu: alunos aprovaram visita feita nessa quinta-feira

Por meio do incentivo dos professores, os alunos puderam observar que o cemitério não se limita a ser um local onde a vida acaba. Skolaude frisou que esse lugar pode contar muito sobre a história de Santa Cruz.

“Algumas questões que foram importantes no passado perdem significância com o passar do tempo. Por exemplo, aqui no cemitério, durante muito tempo, eram sepultados de um lado apenas evangélicos, e de outro lado apenas católicos. Essa tradição era muito presente desde meados do século 19 até o início do século 20, e hoje já não faz sentido”, salientou o professor.

Maria Eduarda Thier Campos, de 16 anos, conta que seu grupo escolheu algumas opções de pesquisa a partir da análise das lápides do cemitério. Conta que buscaram mesclar túmulos antigos e recentes, para garantir o acesso a fontes que pudessem contar a história das pessoas que passam ali seu descanso eterno e apresentar um bom trabalho ao final do projeto. “Acho muito legal o trabalho, porque a gente pode encontrar novas histórias, conhecer novas pessoas e as histórias delas. E teremos um trabalho pela frente, de encontrar as famílias”, comentou.

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Lucas Fernandes Ruhoff admitiu que nunca havia pensado em realizar pesquisa em um cemitério, mas revelou que, apesar de achar isso incomum, a visita foi bastante proveitosa. “A gente viu que esse tipo de atividade é muito bom para nós. Consegue-se aprender observando, ao invés de só ouvir o professor. É um lugar novo, com que a gente não tem tanto contato. Eu nunca tive a experiência de observar os túmulos. Achei muito bom.”

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