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Otto Tesche

Coloquem a mão na consciência

Foto: Guilherme Machado

Em pouco mais de meio ano, o Rio Grande do Sul é atingido pela terceira tragédia provocada pelas fúrias das águas em consequência de fortes chuvas. Cenas dramáticas de destruição, que jamais se imaginava ver tão perto, praticamente se repetem, para desespero das pessoas atingidas, de familiares e amigos. Mas, enquanto uma multidão trabalha incansavelmente no socorro, novamente vemos algumas atitudes de insensibilidade dos chamados turistas da enchente e dos aplicadores de golpes, sempre de prontidão, por pior que seja a situação.

O momento é de unir esforços, energias e atitudes para superar a devastação com a enchente que atingiu a região e outras partes do Estado. Desde logo, começaram campanhas para a doação de produtos ou valores para socorrer as famílias, muitas delas com perda total de tudo o que tinham em casas, galpões, estabelecimentos comerciais e outros locais. Ao mesmo tempo, há uma mobilização para engajar voluntários para ajudar, seja no atendimento dos desalojados, na seleção dos donativos, na limpeza das áreas afetadas e em tantas outras tarefas que há neste mometo delicado.

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Por outro lado, há aqueles que atrapalham todo o esforço empreendido com atitudes sobre as quais nem deveria haver a necessidade de fazer apelos para a conscientização das pessoas. Assim como ocorreu em setembro, com a tragédia no Vale do Taquari, aqui agora também se viu um grande contingente saindo de casa apenas para ver como ficaram os locais atingidos pela enchente. Tudo bem que pode ser prazeroso fazer vídeos e fotos para compartilhar nas redes sociais. Mas a curiosidade pode matar. Isso acontece ao estorvar as ações de resgate de pessoas, mas especialmente o esforço de gente incansável nas frentes de trabalho pela assistência aos atingidos e de limpeza das áreas afetadas.

Ao mesmo tempo, desde quinta-feira, depois do feriado, viu-se uma correria aos supermercados e postos de combustíveis, como se a Terra fosse parar no dia seguinte. Prateleiras ficaram vazias, com muitos produtos que fazem falta para ajudar aqueles que realmente ficaram sem nada ou para o trabalho das equipes de socorro. E, de forma quase inacreditável, a Defesa Civil do Estado teve que fazer um apelo no sábado para que civis parassem de subir drones nas áreas atingidas pelas enchentes, pois isso prejudica significativamente a questão da segurança das aeronaves empregadas nas ações de socorro.

E, como se não bastasse, golpistas, passando-se por representantes da Conab, fizeram contato com município da região no fim de semana para informar a disponibilidade de 500 kits de alimentos. Mas o produto precisava ser retirado de Florianópolis no mesmo dia. Na impossibilidade de deslocar caminhão daqui, propuseram mandar os produtos em uma carreta, mas com a exigência do pagamento antecipado do custo do frete.

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Com tanta necessidade de socorro neste momento, é preciso ter consciência sobre a importância da ajuda, seja de que forma for. Ao invés do turismo de enchente, é melhor as pessoas ficarem em casa vendo as imagens e informações pelos meios de comunicação. Ou, melhor ainda: façam parte dos grupos de voluntários nas frentes de trabalho espalhadas por aí. E aquele gasto com combustível ao passear pela cidade ou região será bem mais útil com um PIX para as campanhas abertas a fim de auxiliar os afetados pela enchente.

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