Já não estava barato, e agora, com o anúncio feito na última terça-feira, 31, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a criação de uma nova bandeira tarifária na conta de luz, o bolso do consumidor será ainda mais impactado. A chamada bandeira de escassez hídrica terá taxa extra de R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos e já entrou em vigor na quarta-feira, 1º. Essa cobrança permanecerá vigente até abril de 2022. O novo patamar representa um aumento de R$ 4,71 – cerca de 50% – em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então a maior, no valor R$ 9,49 por 100 kWh.

O engenheiro eletricista Fabiano Ferreira, gestor do Setor de Engenharia e professor do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Computação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), explica que o Brasil vive a maior crise hídrica dos últimos 91 anos. “Os reservatórios das maiores usinas hidrelétricas, que ficam nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, estão trabalhando com menos de 20% da sua capacidade, tendo que ser acionadas as usinas termelétricas. Essas, além de terem o custo de geração mais caro, pois utilizam combustíveis como carvão e gás, ainda agridem o meio ambiente, já que o processo de queima dos combustíveis gera gás carbônico.”

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Segundo Ferreira, outra forma de atender à demanda não suportada pelas hidrelétricas é a importação de energia dos países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, que também são caras. “Assim, para cobrir esses gastos, a Aneel criou as bandeiras tarifárias. Estima-se que as faturas de energia dos consumidores ficarão 7% mais caras”, detalha.

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Medidas de redução

Como forma de incentivar a população a economizar a energia, o Ministério de Minas e Energia lançou um programa que irá pagar bônus de R$ 0,50 por kWh para os consumidores que conseguirem uma redução de energia de 10% a 20% no período de setembro a dezembro deste ano em relação ao mesmo período de 2020. 

O bônus será pago em janeiro de 2022. “Desta forma, as medidas de redução, aliadas a esse novo programa de economia voluntária, podem ajudar os consumidores a terem mais um percentual de abatimento nas suas faturas de energia, aliviando um pouco o bolso frente a tantos aumentos’’, completa o engenheiro eletricista Fabiano Ferreira.

Abaixo, algumas dicas simples dadas por ele que podem trazer bons resultados na economia mensal de energia, além de ajudar a matriz energética em crise no País.

Chuveiro

• Os chuveiros elétricos representam uma grande parcela da fatura de energia em uma residência. Por isso, tente reduzir o tempo de banho. Como exemplo, pegue uma família de quatro pessoas que costumam tomar banhos de 15 minutos cada. Se reduzirem para dez minutos, a economia pode alcançar 15% na conta de energia. Caso a duração do banho diminua para cinco minutos diários por integrante da família, a fatura de energia chegaria a uma redução de mais de 30%. Selecionar a temperatura para morna no verão também auxilia na redução do consumo.

Ar-condicionado

• Na hora da compra, procure por equipamentos que tenham Selo Procel com nível A. Isso significa que está comprando o ar-condicionado mais eficiente, ou seja, que consome menos energia. Mantenha os filtros sempre limpos e a temperatura configurada no equipamento entre 23 e 26 graus, que é a de conforto térmico. Temperaturas menores exigem que o equipamento fique ligado por mais tempo, consumindo mais energia. Diminuir a incidência solar direta no ambiente, com adoção de cortinas ou venezianas, ajuda a diminuir a temperatura interna do ambiente e assim reduz a necessidade de climatização.

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Geladeiras e freezers

• Assim como nos condicionadores de ar, procure por equipamentos de refrigeração que tenham Selo Procel com nível A. Verifique se as borrachas de vedação estão em boas condições e, caso não estejam, providencie a substituição. Mantenha a porta aberta pelo menor tempo possível. Evite colocar alimentos quentes na geladeira e regule a temperatura interna do aparelho de acordo com as instruções do fabricante. É essencial que a geladeira e o freezer tenham um espaço de ventilação adequado na parte de trás.

Iluminação

• Sempre que possível, utilize a iluminação natural do dia. Evite usar lâmpadas incandescentes e halógenas, que além de consumirem mais energia, esquentam o ambiente. Procurar sempre por lâmpadas com tecnologia LED, que podem proporcionar uma redução de mais de 50% no consumo de energia em relação às convencionais. Quando for projetar ou reformar os ambientes, opte por cores mais claras nas paredes e tetos. Cores claras refletem melhor a luz e diminuem a necessidade de iluminação artificial durante o dia.

Ferro de passar

• Tente organizar a rotina de passar as roupas de modo que seja feita de uma única vez. Cuide para não deixar o ferro ligado enquanto checa as atualizações da rede social, responde a uma mensagem ou faz qualquer atividade que deixe o ferro sem utilização.

Aparelhos em stand-by

• Por mais que o consumo dos eletroeletrônicos em stand-by seja pequeno, quando se soma diversos equipamentos nessa função durante 24 horas por dia, o consumo mensal pode ser expressivo. Assim, retire da tomada aqueles equipamentos que não utiliza com frequência e também quando for viajar por dias.

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