A direção do Grêmio vai se reunir na tarde desta quinta-feira, 15, para debater a permanência ou não do técnico Renato Portaluppi, no comando desde setembro de 2016. O contrato vai até dezembro de 2021 e não tem multa rescisória. A eliminação da Copa Libertadores com uma derrota por 2 a 1 na Arena, para o Independiente del Valle, vai pesar na decisão. O treinador é alvo de cobranças e contestações internas e externas. Uma faixa com a frase “Fora Renato” foi colocada em frente à Arena. Por ter testado positivo para Covid-19, Renato não esteve à beira do gramado nas duas partidas do duelo pela terceira fase da competição.

O vice-presidente Cláudio Oderich já havia comentado a possibilidade da saída de Renato logo após a partida. “É o nosso maior ídolo, temos uma estátua pra ele na Arena, de forma merecida. A gente sabe que tudo tem início e fim. Com certeza, a direção do Grêmio fará aquilo que é melhor para o momento. Não vou dizer que a mudança do técnico não pode ser descartada”, revelou.

Com a eliminação, a quinta de um brasileiro na fase prévia, o Grêmio deixou de ganhar pelo menos R$ 12 milhões em premiação. A Conmebol paga R$ 17,1 milhões para os times na fase de grupos da Libertadores, enquanto para os da Sul-Americana, o valor é de R$ 5,1 milhões. Com menos recursos financeiros e visibilidade, o Conselho de Administração deverá ser favorável a evitar grandes gastos em mais uma temporada acidentada em virtude da pandemia. Há o entendimento de que a reformulação do plantel está sendo implementada e poucos reforços devem ser buscados neste momento para não atrapalhar a ascensão de jovens.

O auxiliar Alexandre Mendes afirmou que o gol sofrido nos acréscimos desestabilizou a equipe para o segundo tempo. “Tivemos um primeiro tempo muito bom. Se tivéssemos feito os três ou quatro gols que perdemos, as perguntas seriam outras. Perder é sempre ruim. Mudança tem que ter sempre. As mudanças vão ocorrer normalmente. A gente está observando, analisando, ninguém tem cadeira cativa no time. Temos competições importantes pela frente”, disse. Kannemann lamentou a eliminação precoce. “Claramente, é um golpe forte. Ninguém quer ser eliminado. Agora, temos a Sul-Americana, já na semana que vem. Temos de olhar para frente. Ninguém está contente. Imaginamos a tristeza do torcedor, mas é olhar para a frente e corrigir o que vem sendo feito de forma errada”, ressaltou o zagueiro.

O ex-goleiro Mazaropi desabafou no microfone da Rádio Grêmio Umbro. “Não oferecemos nenhuma resistência. Esse não é o Grêmio que eu conheço. Não é o Grêmio que eu aprendi a respeitar e amar. O Grêmio que eu aprendi a respeitar e amar tem garra, competitividade, de buscar o impossível, a reação, na última gota de sangue. Esse é o Grêmio que eu conheço e participei. Que tem a história de 117 anos. Não o que vimos. Frio, sem poder de reação, abatido e com jogadores desinteressados. Tanto faz para eles. Ganhar e perder é a mesma coisa”, disparou.

Grêmio começa a projetar participação na Copa Sul-Americana

A eliminação da Libertadores colocou o Grêmio no Grupo H da Copa Sul-Americana. ao lado de Lanús-ARG, do La Equidad-COL e do Aragua-VEN. O primeiro duelo, diante dos colombianos, será na próxima semana, na quinta-feira, 22, às 19h15, na Arena. Ao contrário da Libertadores, na Sul-Americana apenas o primeiro do grupo se classifica para a próxima fase.

Esta será a sexta vez que o Tricolor disputará a competição criada em 2002, e que contou com os clubes brasileiros a partir de 2003. A estreia do Grêmio na Sul-Americana ocorreu em 2003. Na ocasião, o Tricolor disputou um triangular com São Paulo e Vasco. Após derrota por 4 a 0 para os paulistas e empate em 1 a 1 com os cariocas, a equipe deu adeus ao torneio.

Nas edições de 2004 e 2008, mais duas desclassificações, ambas na fase inicial, e diante do maior rival, o Inter. Na primeira vez, derrota no Beira-Rio por 2 a 0 e vitória de 2 a 1 no Olímpico, o que não foi suficiente. Quatro anos depois, foram dois empates e eliminação nos pênaltis. Em 2010, na quarta participação, outro insucesso logo no primeiro confronto, desta vez tendo o Goiás como algoz.

Na última vez em que esteva na Sul-Americana, em 2012, o Grêmio fez a sua melhor campanha na competição. Após estrear na segunda fase, quando passou pelo Coritiba, o Tricolor deixou o Barcelona de Guayaquil para trás nas oitavas de final. Nas quartas de final, no entanto, parou no Millonarios, da Colômbia. Após empatar em 1 a 1 no jogo de ida, os gaúchos não suportaram a pressão e perderam por 3 a 1, no El Campín, em Bogotá.