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Especial

GRE-NAL NA FINAL: Gol de nuca fez Grêmio quebrar jejum no Gauchão em 2006

Grêmio e Internacional decidem a partir do próximo domingo, 26, mais uma edição do Campeonato Gaúcho. E o retrospecto entre as duas equipes em decisões mostra um enorme equilíbrio. Até hoje, a dupla Gre-Nal se encontrou em 36 finais de Gauchão, com 18 conquistas para cada lado. Mais do que o desempate, o duelo deste ano tem significados diferentes para ambos. Enquanto o Tricolor busca quebrar o jejum de títulos no Estadual, o Colorado quer aumentar sua hegemonia no Rio Grande do Sul.

Para entrar no clima do maior clássico do Sul do país, o Portal Gaz está relembrando desde a última terça-feira, 21, como foram as seis últimas decisões entre os dois clubes. Nesta quinta-feira, 23, vamos mostrar como foi a decisão do Gauchão de 2006, que fez o Grêmio quebrar um jejum de cinco anos sem conquistar a competição. Todos os dias, até a data da primeira partida da grande final, os leitores poderão mergulhar no tempo e lembrar como foi o desempenho do seu time nas ocasiões.

1997 – A arrancada de Fabiano 
1999 – Surge um novo craque: Ronaldinho Gaúcho

2006 – A nuca salvadora de Pedro Júnior
2010 – A vez dos “Meninos da Azenha”
2011 – Virada emocionante e conquista colorada nos pênaltis
2014 – Massacre vermelho em Caxias do Sul

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Campeonato Gaúcho 2006

O ano de 2006 iniciava com a certeza de que seria especial para a dupla Gre-Nal. Para o Grêmio significava o retorno ao lugar de onde jamais deveria ter saído: a elite do futebol brasileiro, após a épica vitória sobre o Náutico na última rodada do quadrangular final da Série B, que ficaria conhecida como “A Batalha dos Aflitos”. O ano também era de retorno para o Inter. Após 13 anos, a equipe estava de volta à Taça Libertadores da América, competição que jamais havia vencido – (atualmente é bi-campeão da maior competição do continente). Se para o Tricolor, o Estadual era quase uma prioridade, o Colorado deixava o torneio em segundo plano, utilizando muitas vezes time misto, poupando suas principais estrelas para a Libertadores.

O Gauchão daquele ano manteve a mesma fórmula da edição anterior, com 18 equipes divididas em três grupos, cada um com seis times. O Inter encabeçava a Grupo A, enquanto o Grêmio estava no Grupo B. Ambos tiveram campanhas idênticas na primeira fase: sete vitórias, dois empates e uma derrota. Na fase seguinte, a dupla novamente ficou em chaves separadas. Somente a equipe vencedora de cada grupo avançava à final. O Inter passeou e venceu todos os seis jogos desta fase, enquanto o Grêmio teve mais dificuldades, inclusive empatando uma partida contra o Santa Cruz, nos Plátanos. No fim, garantiu a vaga na decisão ao somar 14 pontos (quatro vitórias e dois empates). Por ter a melhor campanha no geral, o Inter ganhou o direito de decidir o campeonato diante de sua torcida.

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Na ensolarada tarde de sábado, 1º de abril, as duas equipes entraram em campo no Estádio Olímpico para o confronto de ida. Por ter um elenco melhor, com mais jogadores decisivos, e também por fazer uma boa campanha na Libertadores, o Inter era tratado como o grande favorito para conquistar o pentacampeonato. Já o Grêmio, que não levantava a taça do Estadual desde 2001, queria acabar com o rótulo de “zebra”. E conseguiu. A equipe comandada por Mano Menezes jogou de igual para igual, surpreendendo até mesmo os quase 40 mil gremistas presentes no estádio. A partida terminou empatada sem gols, mas o Grêmio deixou o campo com a sensação de que conquistar o título era sim, possível.

A torcida colorada, confiando no time, encheu o Beira-Rio no dia 9 de abril – mais de 57 mil torcedores, maior público do Inter na década. Abel Braga mandou o que tinha de melhor para o campo. O primeiro tempo foi bastante nervoso, com as duas equipes errando muitos passes, cometendo faltas em excesso. Chances de gol foram poucas, mas exigiram milagres de goleiros e defensores. Marcelo Grohe, único remanescente do Grêmio que estava em campo naquele dia, fez grandes defesas. O arqueiro, então com apenas 19 anos, substituia muito bem Galatto, herói da Batalha dos Aflitos. Ceará, que se tornaria um dos principais nomes do Inter na temporada, evitou um gol adversário quase em cima da linha. A etapa encerrou com um placar sem gols. Que seria alterado no segundo tempo.

Aos 12 minutos, Fernandão recebeu passe de Bolívar e marcou, fazendo a torcida colorada explodir de alegria no Beira-Rio. 1 a 0 e o gol da tranquilidade para o Inter, que não fazia um bom segundo tempo, mas era mais perigoso nas investidas ao ataque. Seria o gol do penta? Seria, não fosse um certo Pedro Bispo Moreira Júnior, conehcido somente por Pedro Júnior. Artilheiro da equipe no Gauchão, mas questionado pela torcida, o atacante foi chamado por Mano Menezes e entrou no lugar do inoperante Ramón. Eram 34 minutos do 2º tempo, quando Marcelo Costa bateu falta para dentro da área. O camisa 17 subiu mais do que todo mundo e desviou de nuca. A bola passou por Clemer e balançou a rede, para delírio dos cerca de 7 mil gremistas presentes no estádio. Festa tricolor no Beira-Rio. Aí, foi só segurar o 1 a 1 até o fim da partida e garantir o título do Gauchão para o Grêmio após cinco anos. A perda da competição não foi muito sentida pela torcida colorada. Meses depois, o clube iria se sagrar campeão da Libertadores pela primeira vez.

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Elenco do Grêmio que conquistou o Campeonato Gaúcho em 2006, após empate no Beira-Rio
Foto: Divulgação/Grêmio

 

FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 1×1 GRÊMIO
CAMPEONATO GAÚCHO 2006 – FINAL

Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Data: 9 de abril de 2006
Arbitragem: Leandro Vuaden
Público presente: 57.541 presentes
Cartões amarelos: Tinga (Internacional); Marcelo Grohe, Pereira, Escalona, Marcelo Costa (Grêmio)
Gols: Fernandão (Internacional), aos 12 minutos do 2º tempo; Pedro Júnior (Grêmio), aos 34 minutos do 2º tempo

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INTERNACIONAL: Clemer; Ceará, Bolívar, Ediglê, Rubens Cardoso (Rafael Sóbis); Fabinho, Tinga, Márcio Mossoró, Iarley (Renteria); Michel (Perdigão), Fernandão
Técnico: Abel Braga

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Patrício, Evaldo, Pereira, Escalona (Tcheco); Jeovânio, Lucas, Wellington, Marcelo Costa, Ramón (Pedro Júnior); Ricardinho (Nunes)
Técnico: Mano Menezes

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