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CAMINHOS DO TABACO

No Paraná, família aposta na produção do Burley

Foto: Alencar da Rosa

O casal com a mãe dele, Fátima, os filhos Joaquim e Lorenzo e o sobrinho Gabriel

Em Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná, as fortes chuvas verificadas nas últimas três semanas comprometeram a conclusão da colheita do tabaco Burley. Para tentar minimizar os prejuízos, os produtores aproveitam os dias de sol deste início de fevereiro para agilizar a retirada das plantas da lavoura e pendurá-las nos galpões, onde secarão ao ar natural.

É o que está fazendo ao longo desta semana o produtor Lenon Kukul de Souza, 30 anos, ao lado de sua família, na primeira propriedade que foi visitada, na manhã dessa segunda-feira, 8, pela expedição Os Caminhos do Tabaco 2021, iniciativa da Gazeta Grupo de Comunicações.


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Lenon é casado com Jessica Geanini Gross, 28, natural de Concórdia (SC), mas cujos pais se fixaram em Honório Serpa (PR) quando ela tinha 4 anos. Já Lenon nasceu em Coronel Vivida, a cerca de 40 quilômetros de onde residem atualmente, na localidade de Canhada Funda, a sete quilômetros da sede de Mangueirinha. Ali Lenon cresceu ao lado dos pais, Wilson José Kukul de Souza, falecido há três anos, e Fátima Jussara Kukul de Souza. A mãe segue morando com o casal na propriedade, bem como a irmã de Lenon, Tatieli, e os sobrinhos Gabriel, 5, e Isadora, um ano e meio. E Lenon e Jessica são pais de Joaquim, 8, e Lorenzo, 4.

Família tem no cultivo do tabaco Burley e na pecuária de leite a sua base econômica | Foto: Alencar da Rosa


A base econômica da família há sete anos vem do cultivo de Burley e ainda da pecuária de leite, com 19 vacas das raças Holandesa e Jersey em lactação. A produção diária de leite chega a 320 litros, vendidos para a empresa da região que recolhe o produto na localidade.

Mas é mesmo do tabaco que vem a renda para praticamente todos os demais investimentos e para a subsistência. Eles plantam 70 mil pés de Burley, e a expectativa era de ter colhido em torno de 10 mil quilos, pela estimativa inicial, embora o bom desenvolvimento das plantas sinalizasse para volume bem maior, de até 14 mil quilos. “As plantas estavam realmente com bom aspecto. Estava uma lavoura muito bonita”, frisa.

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No entanto, em meados de janeiro começou a chover torrencialmente. “Aqui registramos mais de 600 milímetros em três semanas”, informa. Resultado: o Burley, que por natureza não suporta muita chuva quando já está em ponto de colheita, começou a apodrecer e cair na lavoura, em especial as folhas baixeiras, e as da parte superior da planta também tiveram a qualidade afetada. “De zero a dez, eu hoje daria nota cinco para nosso Burley”, reconhece Lenon.


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Com isso, sabe que haverá forte quebra na safra em termos de receita em relação ao ano passado. E o tabaco deles é transportado a Santa Cruz do Sul, a 580 quilômetros de distância, para a comercialização junto à empresa. Os contratempos com o clima, no entanto, não tiram de Lenon a convicção da importância do tabaco para a subsistência familiar. Muito pelo contrário.

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A estrutura da propriedade, em galpões e máquinas, foi montada para esta cultura. O casal ainda recebeu uma série de implementos que eram dos pais de Jessica, Gilmar e Edilse Gross, e que hoje aproveitam na condução das atividades. E a colheita do Burley tem a ajuda de índios da reserva caingangue, situada próximo. Assim, mesmo com seu plano de talvez plantar um pouco menos de Burley na próxima safra, é certo que essa cultura seguirá tão presente como esteve nos últimos anos na rotina da propriedade.

Um olhar de produtor

Por Giovane Luiz Weber (produtor de tabaco)

Olá pessoal! Tudo bem? Na tarde dessa segunda-feira, a expedição Os Caminhos do Tabaco 2021 visitou a propriedade da família de João Bueno Wecelovicz e Veronica Kulaq Wecelovicz, descendentes de ucranianos e russos, em Palmital, a 25 quilômetros da sede de Prudentópolis, no Paraná. Ali, o casal, ao lado dos filhos Tiago, 30 anos, e Diego, 25, cultiva 40 mil pés de tabaco Virgínia, com uma estufa elétrica a ar forçado. Estão em vias de finalizar a safra, com mais duas fornadas.

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Foto: Alan Toigo


Além disso, plantam 30 hectares de soja, parte em área arrendada; 5 de milho para venda e mais 2,5 de milho para consumo próprio. E ainda têm abelhas sem ferrão e africanizadas, que ficam aos cuidados de Diego. Também cultivam todos os alimentos de subsistência e criam aves e outros animais – por exemplo, suínos em faxinal, isto é, em cercado –, o que será mostrado em reportagem específica da expedição.

Nesta terça-feira, o roteiro seguiu com visita a propriedade de produção de tabaco no município de Pien, também no Paraná, que enfrenta problemas com fornecimento de energia elétrica, algo muito importante para a secagem do produto.


A certeza do investimento correto

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Como mostrado na reportagem acima, nessa segunda iniciamos a expedição pela propriedade de Lenon Souza, que está em fase final de colheita do Burley. Entre muitas coisas que me chamaram a atenção, e de que ainda vamos falar nos próximos dias, Lenon e Jessica são jovens ainda e decididos a focar na agricultura, entre tabaco e pecuária leiteira.

Um ponto importante é modernizar a propriedade com equipamentos que facilitam o dia a dia. Porém, tem que se ter a certeza do retorno do investimento em médio ou longo prazo. Não se pode investir um valor alto para um ou dois anos, sem esquecer que o terreno também tem que ajudar. Exemplo: ele tem uma adubadeira de três linhas (na foto abaixo), que também faz depois o aterramento do tabaco na lavoura. É algo que facilitou e agilizou muito o trabalho na propriedade.

Foto: Alan Toigo

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