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Na elite

Dedicação até a exaustão levou o Candeeiro ao topo da Força B

Foto: Divulgação

Bravura, determinação e perseverança são heranças da Revolução Farroupilha. Separados por 174 anos, os ideais gaúchos do passado são os mesmos que fizeram o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Candeeiro da Amizade, de Vera Cruz, conquistar o primeiro lugar nas danças tradicionais, na Força B do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) 2019. Em meio à comemoração do título, inédito para a região, os heróis da conquista já pensam no próximo desafio, que será em meio à elite do tradicionalismo gaúcho.

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Desde fevereiro passado, o grupo de 15 pares de dançarinos, seus instrutores e coordenadores mantiveram o olhar fixo em um único propósito. Gravar na lista dos cinco primeiros colocados o nome do Candeeiro da Amizade. Disputando a modalidade de danças na Força B, uma espécie de divisão de acesso ao grupo principal do Enart, os tradicionalistas vera-cruzenses levantaram o troféu de primeiro lugar. A atual formação da invernada, criada em 2017, disputava pela segunda vez a competição. Para ganhar, colocou sangue nos olhos e nos últimos 15 dias, ensaiou 12. Foi ao limite do físico e ensina que o foco é a chave para o sucesso.

“Para nós, isso é um baita orgulho. Nos tornamos referência para a região, que nunca tinha alcançado um primeiro lugar nas forças A ou B do Enart, e agora projeta o nome da 5ª Região Tradicionalista”, define o patrão do CTG, Jeferson Henrique dos Santos. A soma do trabalho associado à responsabilidade do grupo fez com que o Candeeiro da Amizade atingisse o topo. Campeã da Força B, a invernada artística estará, no próximo encontro, em meio aos grandes do tradicionalismo do Rio Grande do Sul.

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Santos conta que o feito deve até inspirar as próximas gerações de dançarinos. O Candeeiro da Amizade mantém grupos de invernadas artísticas mirins. Ao verem o êxito dos adultos, os pequenos gaúchos e gaúchas deverão repetir a façanha premiada no último domingo. “Temos que agradecer a todos, sobretudo, aos pais que confiam os filhos às invernadas do CTG. Nós desenvolvemos um trabalho que é social, mas depende da participação de toda a família”, complementa o patrão.

Na avaliação do instrutor, Alex Martin, a soma da dedicação com a vontade de vencer ajudou a impulsionar o Candeeiro. “Estávamos com um grupo muito jovem, no qual a maioria dos participantes estreou no Enart. Isso torna a conquista ainda mais importante, pois demonstra que eles não pouparam esforços.”

Aniversário antecipado
O patrão do Candeeiro conta que no próximo 1o de fevereiro, a entidade completará 30 anos de atividade. Nesse tempo, o CTG já havia participado em edições anteriores do Enart. Porém, o título do último domingo coroa a bravura dos dançarinos e a atividade tradicionalista das últimas três décadas. “Esta conquista é graças à teimosia deste grupo. Eles tinham como objetivo chegar entre os primeiros e conseguiram alcançar”, avalia Jeferson Henrique dos Santos.

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Conforme o patrão, a apuração final do custo do Enart 2019 não foi finalizada. Na edição do ano passado, o grupo havia investido R$ 60 mil. “Tudo custa muito caro. Uma pilcha masculina completa não sai por menos de R$ 1,3 mil. Por isso, mais do que nunca, eles precisam contar com patrocínio e ajuda da comunidade.”

Coração na ponta da bota
O dançarino Itamar Fraga não esconde a emoção de conquistar o primeiro lugar na Força B. Segundo ele, desde 2017, o grupo busca conquistar espaço na mostra. Porém, nem mesmo o mais otimista dos participantes teria a petulância de acreditar na primeira colocação neste ano. “Nós queríamos finalizar em quinto lugar, entre os maiores. E isso quase não aconteceu”, conta.

Fraga explica que, na noite de sábado, o Candeeiro da Amizade fechou a apresentação em quarto na chave. Teve que entrar na repescagem para dançar no domingo. “Nossas conversas na concentração, que foi feita no próprio CTG, fizeram com que mantivéssemos o foco. Entramos na pista, no domingo, 100% focados no resultado”, compartilha.

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Quando começaram a ser lidos os resultados, o coração de Fraga disparou. “Nossos instrutores acompanharam a pontuação. Sabíamos que tínhamos ido melhor do que os terceiros colocados. Quando chamaram eles, eu já comecei a chorar”, revela. De joelhos, após a oração, o grupo recebeu a notícia do primeiro lugar, e a chance para, a partir do próximo ano, disputar as danças tradicionais entres os melhores do Rio Grande do Sul. “Será um esforço três vezes maior, mas que não nos apavora”, garante Fraga.

Conforme o instrutor Alex Martin, a invernada do Candeeiro da Amizade está de férias. Pelo menos até o fim do mês de janeiro do ano que vem, eles permanecem sob a égide da vitória conquistada no último domingo. “Eles terão grandes desafios. O número de músicas para ensaiar é maior, assim como as responsabilidades”, antecipa Martin.

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